O programa Fantástico revelou, nesse domingo (17), os detalhes da investigação que culminou na prisão de Albino Santos de Lima, um ex-segurança prisional acusado de matar pelo menos dez pessoas em Alagoas. A polícia acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior.
Entre os crimes citados, o Fantástico destacou o brutal assassinato de Ana Beatriz, de 13 anos, e a comoção da mãe da vítima, Helyzabethe Bezerra Santos. “Foi como se arrancassem um pedaço do meu coração. Não queria acreditar que isso tinha acontecido comigo”.
Com um modus operandi bem definido – sempre vestido de preto e com o rosto coberto por um boné -, Albino escolhia suas vítimas aleatoriamente e as abordava em locais públicos. Após meses de investigação, a polícia conseguiu identificá-lo.
Preso em setembro, Albino, filho de um policial militar aposentado, portava a arma do crime em sua residência. Perícias balísticas confirmaram que a pistola calibre 380 apreendida foi utilizada nos homicídios.
A polícia encontrou provas perturbadoras em posse de Albino: um calendário com as datas dos crimes, fotos de vítimas em cemitérios e arquivos deletados com imagens de possíveis alvos. Em seu celular, foram encontradas pastas intituladas “odiada Instagram” e “morte especiais”.
As vítimas apresentavam um perfil similar: sete eram mulheres jovens, negras e de cabelos cacheados, incluindo uma mulher trans. “Não encontramos nenhum vínculo das vítimas com organizações criminosas, ao contrário do que o próprio Albino afirmou em depoimento”, explicou a delegada responsável pelo caso.
Durante seu depoimento, Albino confessou oito dos dez homicídios que lhe são atribuídos e revelou que utilizava as redes sociais para escolher suas vítimas. O criminoso, que já tinha novos alvos em mente, foi indiciado por homicídio qualificado e outros crimes. A polícia, por sua vez, planeja reabrir inquéritos de homicídios ocorridos entre 2019 e 2020 para investigar possíveis conexões com o caso.
Segundo Geoberto Bernardo de Luna, advogado de defesa, Albino apresenta indícios de transtorno de personalidade antissocial. “Mesmo sendo um serial killer confirmado, ele tem direito à defesa”, afirmou.
O crime, que comoveu o estado, colocou em evidência as falhas na segurança pública e a necessidade de investigar homicídios não resolvidos. “Já vimos todo tipo de caso, mas um serial como este, com até agora dez vítimas identificadas, foi o primeiro”, finalizou Charles Mariano Pedrosa de Almeida.