Uma vacina desenvolvida pelo Duke Human Vaccine Institute nos EUA mostrou a capacidade de produzir anticorpos amplamente neutralizantes contra o HIV, conforme publicado na revista Cell. Esses anticorpos podem neutralizar uma ampla gama de variantes do HIV. A vacina visa uma área estável do envelope externo do HIV-1, conhecida como região proximal externa da membrana (MPER), que não muda mesmo quando o vírus sofre mutações, tornando possível bloquear a infecção por várias cepas do HIV.
Em um ensaio clínico, 20 participantes saudáveis foram imunizados, dos quais 15 receberam duas doses e cinco, três doses. A vacina mostrou uma forte resposta imune, com uma taxa de resposta sérica de 95% e ativação de células T CD4 em 100% dos casos após duas imunizações. No entanto, o ensaio foi interrompido devido a uma reação alérgica não fatal em um dos voluntários, atribuída a um aditivo. Os pesquisadores destacaram a importância de continuar aprimorando a vacina para gerar anticorpos mais potentes contra outras partes do HIV.
Especialistas brasileiros, como Hemerson Luz, ressaltam o potencial dessa vacina para avançar a ciência médica e reduzir os custos de saúde associados ao tratamento do HIV. Uma vacina eficaz poderia diminuir a estigmatização da AIDS e controlar a disseminação do vírus. Werciley Vieira Júnior, outro infectologista, destaca que a vacina poderia transformar a AIDS de uma doença incurável para uma condição controlável, reduzindo significativamente o impacto social e psicológico da doença.
Outra equipe do Duke Human Vaccine Institute desenvolveu uma vacina que age como um “GPS”, guiando o sistema imunológico a produzir anticorpos amplamente neutralizantes. Essa abordagem foi testada em ratos geneticamente modificados e mostrou-se promissora. Os próximos passos incluem testar essa estratégia em primatas e humanos, buscando criar vacinas que possam replicar a produção desses anticorpos em um curto período, em vez de anos após a infecção.