Para tentar viabilizar uma candidatura majoritária em Maceió, apesar da baixa competitividade, o presidente do PT de Alagoas e pré-candidato a prefeito, Ricardo Barbosa, e o deputado federal Paulão (PT) escolheram o senador Renan Calheiros como alvo – literalmente.
Ausente do processo há alguns meses, o senador que é presidente do MDB em Alagoas, entregou a coordenação política da eleição na capital ao governador Paulo Dantas (MDB) e ao pré-candidato do partido à prefeitura de Maceió, o deputado federal Rafael Brito.
Em uma recente entrevista ao CM Cast, com os jornalistas Ricardo Mota e Carlos Melo, Paulão fez várias críticas a Renan Calheiros e o acusou de “vetar a pré-candidatura de Rui Palmeira”, o que não é verdade.
O próprio Rui nega. Palmeira tinha aval para ser candidato a prefeito, mas preferiu disputar vaga para a Câmara Municipal de Vereadores, por “falta de estrutura”. A experiência como candidato a governador em 2022, com poucos recursos, foi ruim, e Rui preferiu não correr o risco.
Outro erro do PT é atribuir a Renan Calheiros supostas articulações em Brasília para tentar uma aliança entre MDB e PT em Maceió.
Em entrevista à Tribuna Independente desta quarta-feira, 17/07, Ricardo Barbosa comenta o adiamento da direção nacional do PT sobre ter ou não candidatura majoritária em Maceió: “Houve uma mudança no método de análise dessa situação de Maceió. Se é positivo ou não, eu sinceramente acho que nem uma coisa nem outra, mas houve uma mudança nesse método de análise, agora vai ter que se ver qual é o custo-benefício dessa operação de atender à vontade do senador Renan Calheiros em Alagoas e em Maceió. Eu acho que isso que vai ser analisado melhor nessa reunião do GTE”, avalia Ricardo Barbosa.
Renan Calheiros não conversou com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, nem com nenhum outro dirigente do partido sobre essa aliança. A conversa – e isso é público – foi conduzida pelo líder do MDB na Câmara dos Deputados, o deputado federal Isnaldo Bulhões, e pelo presidente nacional do partido, Baleia Rossi.
Para vários aliados de Renan Calheiros, a tendência petista representada por Barbosa e Paulão tem sido injusta com o senador, que teria ajudado na conquista do único mandato do PT de Alagoas em Brasília, sem contar nos espaços que os petistas mantêm no governo do Estado.
Considerado estratégico na eleição do presidente Lula em 2022, Renan Calheiros tem evitado dar qualquer declaração sobre as críticas de Paulão, Ricardo Barbosa e outros petistas. Nesse caso, vale lembrar a máxima: o silêncio fala.
Problema interno
O presidente da Federação Brasil em Maceió, Sílvio Camelo, diz que foram dadas todas as condições para que Ricardo Barbosa se viabilizasse como candidato. Ele lembrou, no entanto, que a decisão nunca foi do diretório em Maceió ou Alagoas: ‘é uma decisão nacional, do PT nacional’.
E essa decisão era esperada para essa terça-feira ontem (16/07), mas foi adiada.
Em entrevista à Tribuna, o presidente do PT Maceió, Marcelo Nascimento, informou que “a reunião aconteceu, Maceió entrou na pauta, mas não decidiram. Vão remeter ao Grupo de Trabalho Eleitoral [GTE], coordenado pelo senador Humberto Costa. O GT deve se reunir na segunda-feira (22) para tratar do assunto”, disse.
Fonte – Jornal de Alagoas