O deputado federal Arthur Lira (PP/AL) passou uns dias afastado de atividades políticas, depois de quatro anos na presidência da Câmara dos Deputados e de ter articulado a candidatura vitoriosa do seu sucessor, Hugo Motta (PB).
Nesse período, somente abriu exceções para compromissos pontuais, tendo preferido dedicar mais tempo à família.
Retomou seu convívio político nesta semana, se esquivando, porém, de abordar determinados assuntos – por exemplo, a participação no ministério do presidente Lula (PT).
Embora Lira não diga, é de se supor que esteja avaliando se vale a pena, diante da possibilidade de em 2026 concorrer a uma uma das duas vagas ao Senado, se arriscar a integrar um governo que, paulatinamente, vai perdendo popularidade – o que é constatado por diversas pesquisas de opinião pública.
Há uma consideração a ser colocada, por oportuna.
O senador Renan Calheiros (MDB) adquiriu a fama, com razão, de ser o mais habilidoso político alagoano, o que é verdade – com a ressalva de que hoje não é tanto assim, até pelo fato de, chegando aos 70 anos, Renan vive momentos de ansiedade na busca do quinto mandato seguido no Senado.
Lira, bem mais jovem, tem demonstrado uma habilidade impressionante nas tratativas políticas, ao ponto de, tendo sido um dos principais apoiadores do governo de Jair Bolsonaro e da linha de frente da sua candidatura à reeleição, rapidamente se transformar num aliado importante do presidente Lula – que derrotou Bolsonaro em 2022.
Ademais, Arthur Lira conseguiu a façanha de, em pouco tempo de Congresso Nacional, se revelar exímio articulador e líder do poderoso Centrão – embora ele repudie essa circunstância.
Não é exagero dizer que Arthur Lira representa, hoje em dia, o que Renan Calheiros significou no seu auge.
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros