A mudança no comando do Ministério da Saúde entrou em fase de transição. Nesta quinta-feira (27), Alexandre Padilha e Nísia Trindade deram início ao processo de passagem de cargo, oficializando a reformulação promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A posse de Padilha, antes prevista para 6 de março, foi adiada para o dia 10, em uma estratégia para dar maior visibilidade à nomeação.
A troca no ministério ocorre em um momento em que o governo busca reverter a queda na popularidade, ajustando sua equipe e cobrando resultados mais concretos. No centro das expectativas para a nova gestão, Padilha recebeu do presidente três prioridades que exigem resposta imediata: a redução da fila no Sistema Único de Saúde (SUS), a ampliação da cobertura vacinal e o combate à dengue.
Fila do SUS e a necessidade de reforço na comunicação
Um dos principais desafios do novo ministro será fortalecer o programa Mais Acesso a Especialistas, lançado para reduzir o tempo de espera por exames, cirurgias e consultas especializadas. Apesar da iniciativa, a avaliação interna do governo é que o impacto da ação ficou aquém do esperado, em parte pela falta de divulgação eficaz. Agora, a missão de Padilha será revitalizar o projeto, garantindo sua efetividade e ampliando a comunicação com a população.
Vacinação e epidemia de dengue
Outro problema crítico a ser enfrentado pela nova gestão é a irregularidade no abastecimento de vacinas e a baixa adesão da população às campanhas de imunização. A cobertura vacinal vem caindo nos últimos anos, e Padilha terá que buscar soluções para reverter esse cenário, garantindo a distribuição de doses e incentivando a adesão da população.
Além disso, o país enfrenta uma escalada nos casos de dengue, exigindo ações urgentes para conter a propagação da doença. O ministro terá que coordenar medidas preventivas, fortalecer campanhas de conscientização e garantir suporte aos estados mais afetados.
Mudanças estratégicas no governo
A troca no Ministério da Saúde faz parte de um movimento mais amplo dentro do governo Lula. A reforma ministerial busca fortalecer a base aliada e garantir maior eficiência nas entregas de programas e políticas públicas. Recentemente, a Secretaria de Comunicação Social também passou por mudanças, com a entrada de Sidônio Palmeira para reforçar a estratégia de comunicação do governo.
O retorno de Padilha à Saúde
Com trajetória política consolidada no PT, Alexandre Padilha retorna ao Ministério da Saúde após uma passagem marcante entre 2011 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff. Naquele período, ele foi responsável pelo Mais Médicos, programa que levou profissionais para regiões com déficit de atendimento, incluindo áreas remotas e periferias urbanas.
Além da experiência na Saúde, Padilha também comandou a Secretaria de Relações Institucionais no segundo mandato de Lula e atuou na prefeitura de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad. Agora, diante de novos desafios e de um cenário político mais complexo, ele assume o ministério com a missão de fortalecer a atuação do SUS e garantir respostas rápidas às demandas urgentes da população.