O senador Renan Calheiros (MDB-AL) manifestou-se nesta terça-feira (18) sobre a necessidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) acelerar a redução da Selic, taxa básica de juros, atualmente em 10,50%. O Copom, que faz parte do Banco Central, teve reuniões nesta terça e deve se reunir novamente na quinta-feira (19) para discutir possíveis mudanças na taxa de juros.
Durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foram ouvidos economistas, servidores do Banco Central e ex-membros da diretoria sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 65/2023, que busca conceder autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central, similar ao modelo de uma empresa pública.
Renan Calheiros usou a rede social X para criticar o presidente do Banco Central, afirmando que “o pressuposto da autonomia do BC é que a autoridade monetária fosse independente, não apenas do governo, mas também do mercado, dos partidos e de políticos. O atual BC só é independente do governo, mas subordinado ao mercado e adestrado politicamente.”
As críticas a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, intensificaram-se após a notícia de que ele teria manifestado interesse em ser ministro da Fazenda em uma possível gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador de São Paulo concorra e vença as eleições presidenciais de 2026. Freitas foi ministro da Infraestrutura no governo Jair Bolsonaro (PL).
Em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, superando as expectativas do mercado. O índice de desemprego está abaixo de 8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm defendido uma redução mais rápida da taxa de juros para facilitar o acesso ao crédito, aumentar o consumo e estimular o crescimento econômico.
Em maio, o Copom realizou o sétimo corte consecutivo na Selic, que começou a ser reduzida em agosto de 2023. Inicialmente, a taxa estava em 13,75% ao ano, com reduções subsequentes de 0,5 ponto percentual por reunião. Na última decisão, o corte foi de 0,25 ponto percentual.
Fonte: Jornal de Alagoas