Na última semana, o prefeito de Maceió solicitou à Câmara de Vereadores de Maceió um empréstimo, no valor de R$ 400 milhões. A casa está em iminência de autorizar, porém não deve ter dificuldades para aprovação, já que JHC (PL) está alinhado com a maioria dos vereadores.
Em contrapartida, com essa solicitação surgem no Legislativo, o questionamento sobre os recursos repassados pela Braskem não serem suficientes para as obras de infraestrutura na capital. Com o valor do último repasse feito pela mineradora, totalizou R$ 250 milhões, que corresponde ao acordo de indenização celebrado em julho do ano passado. Até o momento, a empresa não se pronunciou sobre o assunto.
O prefeito JHC, afirmou que o empréstimo será destinado ao “Programa Avança Maceió”, vinculado ao Programa de Financiamento ao Saneamento e à Infraestrutura (FINISA) da Caixa Econômica Federal, que tem o objetivo de realizar obras e iniciativas de cidadania. Vale ressaltar que em dezembro de 2022, o prefeito anunciou que cerca de R$ 400 milhões já haviam sido utilizados, para a aquisição do Hospital do Coração, ao custo de R$ 266 milhões e investimentos em obras de mobilidade urbana.
TRANSPARÊNCIA
O vereador Kelmann Vieira (MDB), se pronunciou sobre o assuntou e afirmou que as contas não batem. “Primeiro, a prefeitura faz uma propaganda de que está com os cofres cheios para investimento a partir do recebimento dos recursos oriundos do acordo obscuro com a Braskem. Inclusive, não tem 10 dias que foi noticiado o pagamento de mais uma parcela de R$ 250 milhões desse acordo. Se esse dinheiro não é suficiente para a prefeitura, ou se já gastou todo o valor, precisamos que seja explicado, pois o que vemos até agora é uma total falta de transparência nesse processo”, disse.
“Inclusive, recentemente o presidente [senador Omar Aziz – PSD/AM] da CPI da Braskem indagou sobre um possível superfaturamento na compra do Hospital da Cidade exatamente com esse dinheiro da Braskem. Agora, vem o prefeito solicitar mais R$ 400 milhões em empréstimo faltando apenas cinco meses para as eleições. Essa conta não está batendo e eu, como vereador e cidadão, cobro transparência. Mas, como eu disse nas redes sociais, me entristece muito saber que a Câmara de Vereadores tem tudo para aprovar esse pedido, sem que haja uma investigação ou um debate democrático. Mas volto a dizer, essa conta não bate”, completou Kelmann.