A Justiça de Alagoas determinou que o governo do estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), forneça o medicamento Dupilumabe para o tratamento de Luís Henrique do Nascimento da Silva, um menino de sete anos diagnosticado com Dermatite Atópica Grave aos dois anos de idade. A decisão foi tomada após ação movida pela Defensoria Pública de Alagoas.
O custo mensal do medicamento Dupilumabe, essencial para o tratamento de Luís Henrique, pode chegar a R$ 31 mil, e seu uso é por tempo indeterminado. A mãe do menino, Daiana Sousa do Nascimento, de 24 anos, precisou deixar o emprego de camareira para se dedicar integralmente aos cuidados do filho, deixando a renda familiar a cargo do esposo.
A Sesau emitiu uma nota esclarecendo que está tomando todas as providências administrativas necessárias para a aquisição emergencial do medicamento Dupilumabe, o qual não consta na lista de fármacos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O órgão destacou que, assim que a compra for concluída, a Farmácia Judicial do Estado entrará em contato com a família do paciente para realizar a entrega da medicação.
Segundo Daiana Sousa, a vida é uma aflição só. “Meu filho sofre de dor, eu não tenho como comprar o remédio. O quadro dele que já era grave, piorou ainda mais depois que a avó paterna dele morreu há uns oito meses. Situação emocionais fazem as crises ficarem ainda mais fortes. Os sintomas limitam as atividades diárias mais simples. Recentemente ele ficou internado dois meses”, contou Daiana Souza que também é mãe de Henry David, três anos, e Heitor Rian, de um ano e quatro meses.
Além do sofrimento físico causado pela doença, o pequeno Luís Henrique enfrenta também o preconceito, especialmente por parte de adultos. A mãe relatou que, frequentemente, as pessoas se levantam e se afastam deles quando tentam ocupar o lugar vazio ao lado, como acontece, por exemplo, em assentos de ônibus.
“Por diversas vezes, já peguei meu filho rezando sozinho, em voz alta, pedindo a Deus por sua cura e dizendo que não quer morrer. No auge das crises, ele fica retraído em um canto, se afasta dos irmãos e dos amiguinhos da escola”, afirmou, com os olhos marejados ao completar que o Luís Henrique está sem frequentar a escola por causa da condição de saúde.
Angustiada, Daiana Sousa do Nascimento relatou que, a cada dia, novas feridas surgem no corpo de seu filho. Até mesmo atividades que ele costumava gostar, como jogar bola, agora são impossíveis. Luís Henrique compartilhou que até a água do chuveiro agride as feridas em sua pele.
A batalha judicial pelo medicamento faz a família reviver um trauma recente. A sogra de Daiana Sousa faleceu em decorrência de um câncer de mama, já com metástase. Quando o medicamento foi finalmente autorizado pela Justiça, já era tarde demais para ser administrado, pois a paciente se encontrava em seus últimos momentos de vida.
“Doamos a medicação ao hospital para que pudesse distribuir a outras pacientes para ver se elas teriam mais sorte”, afirmou.