Nascida em Alagoas, Vitória Joana da Paz foi uma mulher negra que mudou a própria história ao enfrentar o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Seu legado inspirou o filme “Vitória”, estrelado por Fernanda Montenegro, que estreia nesta quinta-feira, 13, nos cinemas.
Cansada da violência crescente, a ex-empregada doméstica e massoterapeuta, comprou em 2005 uma câmera e passou a registrar a movimentação criminosa na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, tudo de sua janela. Aos 80 anos, ela se tornou peça-chave para investigações que levaram à prisão de traficantes e policiais corruptos.
Suas gravações se tornaram provas fundamentais para a polícia, ajudando a desmantelar uma rede criminosa que incluía traficantes e agentes da segurança pública. Ao ter sua história revelada pelo jornalista Fábio Gusmão, ela passou a ser reconhecida como um símbolo de resistência e luta por justiça.
Após denunciar o crime, Vitória entrou no Programa de Proteção a Testemunhas. Passou seus últimos anos sob identidade protegida, morando em diferentes cidades, até falecer em Salvador, em 2023, aos 97 anos. Mesmo vivendo sob proteção, Vitória manteve sua força e lucidez até os últimos anos de vida.
Em 2024, sua trajetória foi eternizada no livro “Dona Vitória Joana da Paz”, o livro que inspirou o filme com Fernanda Montenegro, escrito por Gusmão. Agora, sua história chega às telas para apresentar ao público a luta de uma mulher comum que, com uma câmera na mão, desafiou o crime organizado e mudou o destino de sua comunidade.
Fonte – Extra