Apesar de eventuais manifestações em favor de uma conciliação, está cada vez mais difícil a união das principais forças políticas de Alagoas.
Os principais personagens se alternam nas críticas aos opositores, cada um buscando, à sua maneira, “vender o seu peixe” de uma maneira que enfraqueça o adversário e adquira espaço junto à opinião pública.
O mais novo episódio partiu do senador Rodrigo Cunha (Podemos), que usou as redes sociais para se confrontar com o senador Renan Calheiros (MDB), afirmando:
“Alô, Polícia Federal! Espia aqui quem também comandou a exploração de sal-gema e defendeu a expansão da mineração em Maceió”.
O texto é acompanhado de um antigo recorte de jornal em que o senador Renan Calheiros (MDB) é citado, com foto, quando assumiu, na condição de vice-presidente da Petroquisa, o cargo de presidente do Conselho de Administração da Salgema Indústrias Químicas (hoje Braskem).
A postagem foi nesta quinta-feira (21), quando a Polícia Federal deflagrou uma operação em Alagoas e outros Estados, em busca de documentos da Braskem e de dirigentes da empresa, responsável direta pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió..
Acrescenta Rodrigo Cunha:
“A operação deflagrada hoje pela PF mira aqueles que comandaram a exploração de sal-gema debaixo das casas de milhares de maceioenses entre 1976 e 2019. O ex-presidente do Conselho da Salgema (atual Braskem, Renan Calheiros, quer ser investigador na CPI da Braskem, mas na verdade ele também precisa ser investigado”.
Segundo a matéria transcrita, Renan Calheiros, ao assumir o comando do Conselho da Salgema, afirmou que a indústria “é vital para o desenvolvimento de Alagoas”.
Ao longo deste ano, Renan dedicou boa parte do seu tempo a criticar a indústria pelo desastre ambiental causado em Maceió, inclusive propondo, no Senado, a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, a chamada “CPI da Braskem”, para apurar a tragédia.
A CPI foi instalada, Renan e Rodrigo fazem parte dela, mas comissão só inicia seus trabalhos em fevereiro de 2024, após o recesso parlamentar.
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros