Roberto Campos Neto, economista indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), passa a presidência do Banco Central (BC) para Gabriel Galípolo no final deste ano. O nome escolhido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume interinamente a liderança da autoridade monetária, com sua posse oficial agendada para 1º de janeiro de 2025.
Na sexta-feira (20), Roberto Campos Neto completou seu último dia à frente do Banco Central, encerrando uma gestão de seis anos. Durante o governo Bolsonaro, foi aprovada uma regra que garantiu a autonomia do BC e estabeleceu que os mandatos de seus presidentes não coincidam com o dos presidentes eleitos para o Executivo federal. Como resultado, Lula teve que conviver com Campos Neto por dois anos, apesar das várias críticas que fez ao economista durante esse período.
Em sua última declaração pública, durante uma transmissão ao vivo do Banco Central, Campos Neto destacou que a transição entre os mandatos tem demonstrado que a “característica técnica do BC se mantém”. Ele afirmou ainda: “O trabalho do Banco Central é muito focado em prazos diferentes dos políticos”.
Na quinta-feira (12), Campos Neto considerou a mudança como a “mais bem planejada, independentemente da polarização política e das críticas”. No mesmo evento, Galípolo a descreveu como uma “transição entre amigos”.
Segundo ele, a prioridade foi garantir que a “institucionalidade do Banco Central prevalecesse sobre interesses pessoais e políticos”. “Acredito que as decisões do Copom refletem isso ao longo do tempo”, afirmou.