A recente declaração do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), sobre a possibilidade de pleitear a vaga de vice-presidente em uma chapa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva intensificou a disputa interna no MDB e gerou um clima de tensão com o PSB de Geraldo Alckmin, atual vice-presidente. Em entrevista na última quarta-feira, o presidente do PSB afirmou que ainda não é possível definir a chapa para 2026, destacando que não há prazo para essa decisão. Essa fala, por um lado, minimiza a tensão, mas por outro, evidencia que Alckmin não tem um lugar garantido.
Dentro do MDB, a resistência a uma nova aliança nacional com o PT é forte nos diretórios de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás, que são os mais contrários a essa parceria. Caso o MDB decida apoiar a candidatura de Lula, a exigência de um nome da legenda para a vaga de vice-presidente torna-se uma demanda essencial. Em contrapartida, os diretórios do Nordeste, especialmente os de Alagoas, do Pará e do Amazonas, são favoráveis à continuidade da aliança com o PT.
Além de Renan Filho, outros nomes têm surgido como possíveis candidatos à vaga de vice, como o governador do Pará, Helder Barbalho, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ambos, no entanto, também cogitam disputar vagas ao Senado. Segundo aliados de Tebet, ela não se vê como favorita à vice, mas a candidatura de Michelle Bolsonaro ao cargo poderia fortalecer seu nome para uma chapa lulista.
Em sua declaração, Siqueira defendeu a recondução de Geraldo Alckmin como vice, frisando que isso é uma posição unânime no PSB. Ele também considerou exagerada a reação do MDB ao comentário sobre o impeachment, lembrando que o partido também esteve envolvido na articulação do movimento e foi o principal beneficiado pela decisão.
O debate sobre a chapa para 2026, segundo o líder do PSB na Câmara, Pedro Campos, deve ocorrer no próximo ano. Para ele, manter Alckmin como vice é a melhor opção para Lula, embora outros partidos estejam se interessando por essa vaga. Enquanto isso, o presidente Lula, em reunião ministerial, afirmou que ainda não decidiu se será candidato à reeleição em 2026, mencionando que a decisão dependerá de sua saúde. Aos 79 anos, Lula tem adotado uma rotina rigorosa de cuidados pessoais, mas, conforme relatos, ele tem se mostrado menos disponível e mais impaciente em reuniões. (Com O Globo)
Fonte – Extra