Em comparação com a grande maioria dos outros estados brasileiros, Alagoas serve de exemplo na política governamental de enfrentamento à Covid-19.
Há, inegavelmente, o bom acaso da inauguração de hospitais públicos nesse período, mas isso deve ser comemorado – e não ser motivo de crítica ou de desdém.
Ressalto, porém, um ponto importante na atuação do governador Renan Filho, em particular nesse período – até porque bem sabemos o quanto ele concentra o poder de decisão do seu governo.
Cito: se o governador, como sempre fez, seguisse as suas redes sociais – território da absoluta irracionalidade e infantilização de adultos -, muito provavelmente os resultados de agora seriam bem diferentes.
A “rede de ódio” predomina nesse meio, e Renan Filho vem apanhando demais – e até hoje – por ter mantido o isolamento social mesmo quando os xingamentos eram intensos e agressivos, além da medida do tolerável (houve até ameaça de morte, mesmo que pura bravata).
É cada vez mais difícil para um governante ou líder político se guiar pela racionalidade – ou pela “ciência”, como agora – enfrentando com ações os militantes virtuais, que despejam sua fúria e frustrações sem freios ou limites.
A posição vanguardista, que deveríamos esperar dos que se propõem a guiar os povos, vai se escasseando na medida em que os barulhentos e iracundos internautas se manifestam cotidianamente – atacando com palavras duras e muitas vezes impublicáveis fora das redes.
O que nem sempre dá para ignorar, simplesmente.
A vitória, ainda que parcial, é da racionalidade. Quem sabe não será este o caminho de amadurecimento do governador Renan Filho.
Fonte – Blog do Ricardo Mota