Na sessão que ocorreu na noite desta segunda-feira (8), o senador Renan Calheiros não mediu esforços pra defender o povo alagoano em relação aos prejuízos causados pela Braskem. Ao discutir a venda da empresa em audiência pública, Calheiros enfatiza que as negociações só devem ser concluídas após as indenizações serem feitas à população, à Prefeitura de Maceió e ao Governo do Estado, devido a todo o prejuízo causado em diversos solos nos bairros da capital.
Ao falar sobre a possível venda das ações da Braskem, Renan afirmou “O caso ganha gravidade e magnitude em razão das negociações – algumas subreptícias – para transferência total ou parcial das ações da empresa. Tratativas públicas ou escamoteadas não irão prosperar até que os prejuízos causados sejam honrados pela Braskem, pelos sócios atuais ou futuros”.
Ao total, foram 15 bairros afetados e mais de 200 mil alagoanos ficaram prejudicados pelo problema ocasionado pela extração da sal-gema. Calheiros falou que não deixará de pautar o assunto com o presidente da Petrobrás, com o presidente da República e com o próprio presidente da Braskem. E enfatizou a importância do comprometimento do pagamento aos prejuízos causados.
Paulo Dantas também esteve presente na audiência e, faz das palavras de Renan as suas, ao concordar que a mineradora deve fazer as justas indenizações às vítimas da tragédia. O chefe executivo defendeu, principalmente, os moradores dos Flexais, das Quebradas, da Marquês de Abrantes e da Vila Saem, que também precisam ser realocados e indenizados.
Segundo Paulo Dantas, o problema de afundamento do solo que atingiu os bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Farol e Bom Parto, atingiram a economia do Estado, pois também houve uma retração econômica de 11% e uma redução de 2% no índice de empregabilidade da população.
“Entretanto, posso adiantar que nossos técnicos da área fazendária já estimam um prejuízo em torno de R$ 3 bilhões na arrecadação de ICMS em Alagoas. O desastre causado pela Braskem também destruiu infraestruturas sob domínio do Estado. Sem falar em projetos de mobilidade urbana desenvolvidos pelo governo, com equipamentos públicos desativados no rastro da destruição”, discursou o governador.
O governador de Alagoas finalizou sua fala ao defender o caminho da reconciliação e ressaltou que, o impasse entre a mineradora e os que se sentem prejudicados, seja resolvido de forma amigável ao reparar todos os danos causados.
“O melhor caminho é o da reconciliação da empresa com a sociedade alagoana e suas instituições. Essa pacificação somente será plena com a justa reparação dos prejuízos causados às pessoas, ao meio ambiente, aos equipamentos urbanos e ao setor público. Esta é a nossa expectativa”.