Na última sexta(26), uma declaração postada por um membro do conselho da Braskem causou indignação, ao afirmar que a tragédia em Maceió não existiu, segundo João Pinheiro Nogueira Batista, membro do Conselho de Administração da Braskem, “a dita tragédia de Maceió, em termos de vidas perdidas, não existiu. Graças a Deus não morreu ninguém”, disse João, em declaração postada na rede social Linkedin. O executivo ainda elogiou ainda a atuação da mineradora, afirmando que “desde do inicio a empresa está engajada em mitigar ao máximo a dor e os problemas vividos pelos moradores da região”.
Já neste domingo(29), o senador Renan Calheiros se pronunciou sobre sobre a publicação do conselheiro e disse, também em rede social, que ao anunciar que “a dita tragédia de Maceió não existiu, João Batista só pode estar escarnecendo, zombando de toda uma cidade onde, graças à mineração criminosa da Braskem, 5 bairros foram afundados, destruídos e hoje são fantasmas. 55 mil pessoas foram expulsas, 148 mil afetadas, 6 mil pequenas empresas fecharam, milhares foram adoecidas e pelo menos 17 (que temos notícia) cometeram suicídio ao serem arrancadas de suas casas. Isso sem contar com os danos à mobilidade, meio-ambiente, habitação”.
Renan, que conseguiu instalar no Senado uma CPI para apurar responsabilidades da mineradora pelo caos socioambiental em Maceió, disse que “João Batista, mal pode falar pela empresa em que é CEO (a rede de varejo Marisa, que está mergulhada em uma severa crise) tenta engabelar milhões com a toada de uma Braskem heroína. Acaba reconhecendo que a empresa liderou os acordos. Uma óbvia admissão de que a empresa que causou o desastre, longe de ser responsabilizada, só foi coroada”.
Um deboche inaceitável para o povo alagoano, mas não uma novidade, foi a avaliação final de Calheiros sobre as declarações. “Nogueira só reproduz o cinismo da Braskem, escolhido como estratégia de publicidade e autopromoção para lucrar com o desastre socioambiental que causou e foi o maior do mundo em área urbana. Pior do que fracassar e não reconhecer a crise corporativa, é se orgulhar do desastre provocado!
Uma indignidade com os alagoanos à qual repudiamos com todas as nossas forças”. Finaliza.