O senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a se posicionar de forma enfática em defesa da lei da reciprocidade, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. A medida permite que o Brasil adote retaliações comerciais contra países que impuserem barreiras ou tarifas aos produtos brasileiros — como aconteceu durante o governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em entrevista ao programa Ponto de Vista, da Veja, Renan, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, destacou que o Congresso cumpriu sua função ao aprovar a legislação. “Suprimos a legislação brasileira com relação ao princípio da reciprocidade”, afirmou. Segundo ele, o novo dispositivo oferece ao governo brasileiro as ferramentas necessárias para se proteger em disputas comerciais. “É evidente que o Legislativo não faz política externa, mas nosso papel era dotar o governo de instrumentos”, disse.
No entanto, o senador alagoano criticou duramente a posição do vice-presidente Geraldo Alckmin, que declarou que o governo federal não pretende usar o mecanismo, priorizando o diálogo e a negociação. Para Renan, essa postura pode ser interpretada como sinal de fraqueza.
“Achei uma declaração precipitada. Amanhã o Brasil pode precisar usar. Ninguém sabe o que vai acontecer diante desse delírio tarifário do presidente Trump”, rebateu Renan. O senador ainda deixou um recado direto ao governo: “A inação pode, em alguns momentos, significar covardia — e novas tarifas virão”, alertou.