Um dos articuladores do movimento para manter o teto de gastos, a regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu o corte de subsídios ineficientes, a eliminação de salários acima do teto remuneratório no serviço público (R$ 39,2 mil) e alíquotas maiores de Imposto de Renda para quem ganha salários “de R$ 50 mil, R$ 70 mil, R$ 100 mil”.
Essas são as medidas que estão sendo discutidas para reduzir os gastos para financiar o Renda Cidadã, o programa social pensado para substituir o Bolsa Família. “É minha visão, que depende da aceitação da maioria da política”, escreveu.
O senador integra o grupo de políticos e autoridades que articulam uma aproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para buscar uma saída para o financiamento do Renda Cidadã, sem comprometer o teto de gastos.
O encontro pode ocorrer num jantar na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, relator, no órgão, das matérias relativas ao Ministério da Economia e interlocutor próximo de Maia e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para ele, é injusto que salários menores paguem a mesma alíquota dos “magnatas”. “Só a política é capaz de fazer essa mediação com equilíbrio”, adiantou.
Ele disse ser necessária uma reforma tributária que amplie a base contributiva, que seja justa e progressiva (ou seja, que penalize menos os pobres) e diminua o centralismo fiscal. “Não há como fechar os olhos a isenção de iates, helicópteros e dividendos. Só o Brasil e Estônia não tributam dividendos”, afirmou. “Fui relator do Bolsa Família, autor da lei dos precatórios e promulguei a emenda do teto, que excluiu Fundeb (fundo que financia a educação básica),saúde e transferências a Estados e municípios”, escreveu.
Fonte – Extra