O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), se posicionou contra as preocupações de que a recente vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos represente uma ameaça imediata à democracia global. Para o senador, é necessário aguardar o início do novo mandato do republicano antes de fazer quaisquer julgamentos sobre os impactos de suas promessas de campanha.
Trump obteve a maior votação de um candidato republicano desde 2004, quando George W. Bush foi reeleito, ao derrotar a democrata Kamala Harris.
Calheiros também analisou propostas que, se implementadas, poderiam afetar o Brasil, como a possível imposição de tarifas de 10% a 20% sobre produtos importados. Segundo ele, esse protecionismo pode prejudicar a balança comercial brasileira, já que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. “Esse protecionismo pode impactar nossa balança comercial de forma negativa”, afirmou o senador.
Além disso, o senador destacou a necessidade de observar questões geopolíticas que podem influenciar as relações entre Brasil e Estados Unidos, como conflitos no Oriente Médio, a guerra na Ucrânia, a questão ambiental e as eleições na Venezuela, que não foram reconhecidas pelo governo brasileiro.
Calheiros defendeu que, apesar das posições conservadoras de Trump, seu retorno ao poder não configura, por si só, uma ameaça à democracia ou uma possível intervenção nos assuntos internos do Brasil. “Há uma certa paranoia de um lado e torcida de outro, mas não existem fatos concretos que justifiquem esses temores”, concluiu. Ele enfatizou que o Brasil deve continuar priorizando o fortalecimento da democracia representativa nas relações diplomáticas.