Apesar da articulação do governo Lula (PT), líderes partidários indicaram nesta semana os nomes dos senadores que irão compor a CPI da Braskem. A movimentação para que a Comissão Parlamentar de Inquérito saia do papel é capitaneada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado histórico de Lula dentro do MDB.
O risco de desabamento de uma das minas da Braskem em Maceió ampliou as disputas entre os grupos políticos de Calheiros e do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP). O senador é autor do requerimento da CPI e chegou a ameaçar ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o colegiado fosse instalado.
O requerimento foi lido no plenário do Senado em outubro, mas apenas o MDB havia feito as indicações de seus membros. .Acionado pela bancada de Alagoas, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu agilizar o funcionamento da CPI. Ele estava na comitiva que acompanhou Lula na COP28, em Dubai.
Paralelamente, aliados do governo vinham atuando para barrar a empreitada de Renan. Os governistas queriam evitar a nacionalização da crise regional. Além disso, os petistas acreditam que a CPI da Braskem poderia ser usada pela oposição para desgastar o Executivo, já que a Petrobras tem participação societária na Braskem, ao lado da Novonor (ex-Odebrecht).
Apesar da movimentação dos governistas, nesta quinta-feira, 7, Renan anunciou que havia conseguido o número mínimo de assinaturas para que a CPI fosse instalada. Além dele próprio, os senadores já indicados como titulares são: Efraim Filho (União-PB), Cid Gomes (PDT-CE), Omar Aziz (PSD-AM), Jorge Kajuru (PSB-GO), Eduardo Gomes (PL-TO) e Wellington Fagundes (PL-MT).
A sessão de instalação está prevista para acontecer na terça-feira, 12. A expectativa é de que o encontro da próxima semana sirva para que o grupo apresente um plano de trabalho e escolha o presidente e o relator do colegiado.
Apesar disso, a CPI da Braskem só vai realizar as primeiras sessões a partir de fevereiro do ano que vem. O Legislativo entra em recesso a partir do dia 22 deste mês de dezembro.
Afundamento em Maceió
A Defesa Civil de Maceió informou nesta sexta-feira, 8, que o solo sobre a mina da Braskem, no Mutange, afundou mais 5,7 cm nas últimas 24 horas. O afundamento é de 2,06m de profundidade, segundo nova atualização do órgão. Para lidar com essa situação, equipes técnicas do Ministério de Minas e Energia, do Serviço Geológico do Brasil e da Agência Nacional de Mineração estão na capital alagoana realizando análises diárias com base nos dados sísmicos da área afetada.
Fonte – O Antagonista