Na política há uma máxima que diz: “Não há vácuo na política”. Ainda mais quando o interessado é, nada mais, nada menos, que Renan Calheiros.
Escrevo hoje para debater, com você, outro detalhe crucial na política: “O timing” (O tempo certo, em linguagem livre para o português – que não é burro).
Há 5 anos disseram que Maceió se acabaria com o buraco negro causado pela extração do sal-gema, através da tubulação da Braskem. Sugeri, em 2019, que congelassem o lucro líquido da mineradora.
À época, o vereador Francisco Sales foi a única voz ativa para falar sobre os riscos das rachaduras em ruas, avenidas, casas e prédios no Pinheiro, até então único bairro com sinais de alerta. Sales passou um bom tempo falando sozinho, de cima de um trio-elétrico. Acabou chamando a atenção e muita gente passou a olhar o problema com outros olhos. Um deles foi o senador Rodrigo Cunha, que promoveu uma audiência pública no Senado, sem a participação (sic) de nenhum outro senador e praticamente ninguém representando a Câmara Federal, a Assembleia Legislativa, a Prefeitura e a Câmara de Maceió. Aquela audiência só não foi “mais” importante porque a trupe de Alagoas não abraçou a causa. Talvez por isso Rodrigo Cunha tenha se calado.
Os anos foram passando, com o esforço da associação que representa os moradores batendo de porta em porta. Neste intervalo de hiato político aconteceu de tudo, menos o esforço dos políticos para defender moradores e comerciantes. Houve suicídios e muita gente doente. Mas o que prevaleceu foi o silêncio de quem, na verdade e por direito, poderia colaborar (porque o mandato pertence ao povo – no papel).
Sem o apoio dos poderosos, a Braskem assumiu a responsabilidade pelo desastre e iniciou o processo de evacuação dos imóveis, com o pagamento de indenizações (satisfatórias ou não). Agora, quando os bairros mais parecem a faixa de gaza (a situação é deprimente), eis que Renan Calheiros acordou para o problema e criou um novo momento, com ele protagonista e a política em silêncio total. Agora, 2 meses após Renan assumir o microfone do ataque contra a Braskem, eis que quem acordou foi Rodrigo Cunha que, através de sua assessoria, mandou a seguinte pérola à imprensa: FINALMENTE RENAN CALHEIROS DESCOBRIU QUE O PINHEIRO E OS BAIRROS QUE ESTÃO AFUNDANDO POR CAUSA DA BRASKEM FICAM EM MACEIÓ.
Aí eu digo: FINALMENTE RODRIGO PERCEBEU QUE RENAN ENTROU NO JOGO, COM FORÇA, ADESÃO E PODER.
Os dois, para mim, são os indicados para o prêmio Rubens Barrichello “CASO BRASKEM”.
A diferença é que um é NINJA e ou outro é PATO.
Quem é quem, aí você não erra. Há alguma dúvida?
Fonte – Blog do Wadson Regis