A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) decidirá na sexta-feira (7), quem assumirá interinamente a presidência da sigla, substituindo a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Entre os principais nomes cotados estão o líder do governo na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), e o senador Humberto Costa (PT-PE).
Gleisi deixará a presidência do PT para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), órgão responsável pela articulação política do governo federal. O mandato atual da deputada à frente do partido se encerraria em julho, quando estão previstas eleições diretas para a nova direção, com voto dos filiados. O PT agora precisa definir quem assumirá a função temporariamente até a escolha definitiva do novo presidente.
Os dois principais cotados para a vaga são vice-presidentes da sigla e membros do Diretório Nacional, um critério necessário para ocupar a presidência interina. Segundo o estatuto do partido, a nomeação do novo presidente interino deve ser referendada pelo Diretório Nacional em até 60 dias.
Nos bastidores, a disputa interna pela presidência do PT se intensifica. Informações apontam que Gleisi Hoffmann teria interesse em indicar José Guimarães para o cargo, visando fortalecer sua candidatura contra o ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro Edinho Silva, que pertence à corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária na legenda. Guimarães, no entanto, teria demonstrado insatisfação com a nomeação de Gleisi para a SRI e pode não aceitar o cargo interino.
Embora não possa assumir interinamente por não integrar o Diretório Nacional, Edinho Silva já está em campanha para a presidência do PT e é considerado o favorito para vencer as eleições internas em julho. Sua candidatura busca uma reorientação na estratégia do partido, evitando a polarização com o bolsonarismo e alinhando-se às diretrizes econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A escolha do presidente interino pode influenciar diretamente os rumos da sigla nos próximos meses, definindo a correlação de forças dentro do PT e o futuro da legenda na articulação política do governo federal.