O Partido dos Trabalhadores (PT) de Alagoas enfrenta uma grave crise após denúncias de corrupção envolvendo o uso de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC). Representações enviadas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) ao Ministério Público de Alagoas (MPAL), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) apontam irregularidades na gestão do presidente estadual do partido, Ricardo Barbosa.
Segundo as denúncias, cerca de R$ 500 mil teriam sido direcionados ao escritório de advocacia de Guilherme Barbosa, filho de Ricardo. Além disso, empresas como a Gráfica Mascarenhas e a Sistêmica Assessoria Contábil, ligadas a aliados próximos, teriam recebido valores significativos, somando centenas de milhares de reais. Documentos revelam que quase metade dos recursos do fundo eleitoral de 2024 foi destinada a beneficiários ligados ao alto escalão do partido.
As representações também destacam que essas práticas foram alvo de questionamentos internos durante reuniões do diretório regional, mas as discussões foram tratadas com resistência e falta de transparência.
A crise no PT se intensificou no dia 18 de novembro, quando a corrente Resistência Socialista, liderada pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros, formalizou um pedido de afastamento de Ricardo Barbosa da presidência do partido. Medeiros argumentou que a permanência de Barbosa compromete a integridade das investigações e a imagem do partido. O grupo também criticou a centralização das decisões na Executiva Estadual e a falta de diálogo na gestão dos recursos.
Até o momento, o PT de Alagoas não emitiu um posicionamento oficial sobre as acusações. A Polícia Federal e o Ministério Público seguem investigando o caso, que pode ter desdobramentos significativos no cenário político do estado.