Professores de universidades e institutos federais estão retomando as atividades acadêmicas após aproximadamente 70 dias de greve, com previsão de normalização completa até 3 de julho, conforme o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). A assinatura do acordo para encerrar a greve, inicialmente marcada para hoje, foi adiada para amanhã a pedido da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra), permitindo a realização de uma assembleia para confirmar a saída dos técnicos administrativos da greve.
A presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb), Eliene Novaes, afirmou que as aulas foram retomadas com debates intensos sobre o calendário acadêmico e os resultados da greve, que, segundo ela, trouxeram ganhos significativos para os professores, incluindo avanços na reposição salarial. O governo propôs uma reposição salarial de 9% a partir de janeiro de 2026 e de 3,5% a partir de abril do mesmo ano, além de melhorias nos níveis de carreira.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB está agendado para se reunir na quinta-feira à tarde para definir o cronograma completo de retorno das atividades, incluindo a reestruturação da programação de compensação de aulas perdidas durante a greve. A dirigente ressaltou a importância desse calendário para garantir o direito ao ensino e às atividades desenvolvidas por estudantes e professores.
Apesar da proposta de reajuste zero em 2024 devido às limitações orçamentárias, o governo ofereceu um aumento linear de 9,2% para 12,8% até 2026, com 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. A Adunb destacou que a recomposição orçamentária das universidades federais é uma das principais demandas da greve, criticando a defasagem nos orçamentos e a intervenção no funcionamento pleno das universidades.