O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) reagiu com veemência ao episódio em que um policial militar foi flagrado jogando um homem de uma ponte em Cidade Ademar, zona sul da capital paulista. Em nota divulgada nesta terça-feira (3/12), o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, descreveu as cenas como “estarrecedoras” e “absolutamente inadmissíveis”, destacando que ações como essa violam os comandos legais e afastam o país da paz social.
“Somente dentro dos limites da lei se faz segurança pública, nunca fora deles”, afirmou o procurador-geral.
Ele determinou que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp) acompanhe o caso, assegurando uma apuração rigorosa e a punição exemplar dos responsáveis.
De acordo com Oliveira e Costa, o vídeo evidencia que o homem já estava dominado pelos agentes, que tinham a obrigação funcional de conduzi-lo à delegacia. O MPSP reforçou seu compromisso com o controle externo da atividade policial, exigindo o cumprimento irrestrito da Constituição Federal.
O episódioImagens gravadas por testemunhas mostram quatro policiais militares na ponte, um deles segurando o homem pela cintura. Em segundos, o agente o arremessa do alto da estrutura, sob a qual passa um córrego. Posteriormente, outro vídeo registra um corpo, aparentemente do mesmo homem, boiando de bruços na água.
Os agentes, identificados como pertencentes ao 24º Batalhão da PM de Diadema, teriam perseguido o homem em uma moto até Cidade Ademar. O policial que realizou o ato fazia parte das Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam).
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, condenou a ação em um pronunciamento, classificando-a como contrária aos procedimentos operacionais da Polícia Militar. Ele anunciou o afastamento imediato dos policiais envolvidos e assegurou que o caso será investigado.
“Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no Estado de São Paulo”, afirmou Derrite.
A Secretaria da Segurança Pública também repudiou a conduta ilegal e informou que foi instaurado um inquérito policial militar para apurar os fatos.
O caso levanta questões sobre o treinamento e a atuação da Polícia Militar no estado de São Paulo, reacendendo debates sobre a violência policial. Organizações de direitos humanos e lideranças políticas pressionam por medidas efetivas para prevenir abusos e garantir que os responsáveis enfrentem as consequências legais de suas ações.
Enquanto isso, a sociedade aguarda o desfecho do caso e a implementação de medidas que reafirmem o compromisso das autoridades com a proteção dos direitos civis e a legalidade.