No domingo, 1o de setembro, reportagem do Fantástico mostrou o rastro de destruição dos incêndios na região Centro Sul do Brasil, com perdas em vidas humanas, materiais e para o meio ambiente.
Somente no setor do agronegócio, os prejuízos chegam a mais de R$ 1 bilhão. “Plantações devastadas e veículos queimados: Fantástico mostra avanço das chamas no interior de SP”.
Esta é uma realidade que não afeta apenas São Paulo. Em Alagoas, os incêndios criminosos em áreas de plantação de cana-de-açúcar ou de mata nativa vem numa crescente.
Há uma diferença importante ente queimada de cana controlada, autorizada pela legislação e regulada por órgãos ambientais e incêndios criminosos.
A queimada controlada, que permite o corte manual da cana e garante mais de 40 mil empregos diretos em Alagoas, é feita a noite, em área determinada, contra o vento, longe das margens de rodovias, redes elétricas ou de habitações.
Os incêndios criminosos causam perdas materiais, ameaçam a fauna e a flora, reduzem a segurança nas rodovias e provocam perdas materiais.
O aumento dos incêndios criminosos vem afetando fornecedores de cana e principalmente as indústrias em Alagoas. A Usina Santa Clotilde, localizada em Rio Largo, por exemplo, teve que aumentar somente nos últimos anos o número de equipes para atuar no combate a essas ocorrências. A empresa tinha um caminhão de bombeiro e agora tem seis.
Mesmo assim, na safra 2023/2024, quase 12% de toda a cana colhida pela Santa Clotilde foi de incêndios considerados criminosos. E quando isso ocorre, além de mudar todo o planejamento feito pelos técnicos para a colheita, existe perda rendimento da matéria-prima, muitas vezes colhida ante do período ideal ou, dependendo da extensão do incêndio, sendo colhida fora do prazo ideal após a queima, o que não ocorre por exemplo em casos de queimadas controladas.
Na área da usina, no entanto, as principais ocorrências tem sido registradas nas palhadas que ficam no campo resultante da colheita mecanizada. Um incêndio nesse tipo de material é mais difícil de controlar e coloca em risco a vida dos trabalhadores, além da ameaça a perdas de bens materiais. A empresa já registrou prejuízos com equipamentos de irrigação, máquinas e veículos – em alguns casos com perda total.
Os incêndios criminosos também ameaçam a rede elétrica, podendo causar acidentes que comprometem o abastecimento de energia em todo o Estado, especialmente na região metropolitana de Maceió.
Para tentar conscientizar a população dos riscos dessas ocorrências, a Usina Santa Clotilde S/A, realizará nesta quarta-feira, 4, um evento focado na prevenção e combate a incêndios criminosos nos canaviais, com a presença de especialistas e autoridades do setor.
O ciclo de debates e palestras tem como objetivo discutir os impactos desse tipo de crime sobre a safra de cana-de-açúcar e a cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro.
Fonte – Blog do Edivaldo Júnior