A Polícia Federal deflagrou, nessa quinta-feira (3/4), a segunda fase da Operação Outside, que apura indícios de fraude licitatória e desvio de recursos públicos federais destinados à realização de uma obra em Patos, na Paraíba.
A primeira fase da investigação ocorreu em 12 de setembro do ano passado. Na ocasião, revelou-se que a obra investigada foi financiada por recursos do Orçamento Secreto e apadrinhada pelo deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, o parlamentar não está entre os investigados.
Nesta nova fase, são cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 14ª Vara da Justiça Federal em Patos. A cidade é governada por Nabor Wanderley (Republicanos), pai de Hugo Motta. A obra sob investigação refere-se à restauração da Alça Sudeste e da Avenida Manoel Mota no município.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a investigação desta fase busca esclarecer a suposta atuação ilícita de uma servidora da Prefeitura Municipal de Patos. A funcionária, utilizando sua posição na administração pública, teria favorecido os interesses privados da empresa responsável pela execução da obra.
Além da servidora, investigada por corrupção ativa, outras três pessoas são alvos da operação por suspeita de corrupção passiva. Entre as práticas irregulares identificadas estão o fornecimento de informações privilegiadas e o tratamento diferenciado à empresa executora. Em troca, a servidora teria recebido vantagens econômicas indevidas de forma recorrente, pagas pelos administradores da empresa envolvida.
A Controladoria-Geral da União (CGU), que também participa da operação, informou que o objetivo principal é reaver os valores pagos indevidamente aos cofres públicos e apurar a responsabilidade dos envolvidos nas irregularidades. O valor do contrato, após aditivos, atingiu o montante de R$ 6.033.031,26.