A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul cumpriu, nesta quarta-feira (22), três mandados de prisão relacionados à morte do alagoano Everson dos Santos da Silva, ocorrido no dia 10 de janeiro em Sorriso, no Mato Grosso. A investigação revelou que a execução de Everson foi ordenada diretamente de dentro da Penitenciária Central do Mato Grosso, onde um detento, identificado como o mandante, teria coordenado o assassinato.
De acordo com as apurações, Everson, que trabalhava como funcionário de uma empresa terceirizada de energia, fez um gesto em uma foto durante uma noite em uma casa noturna, sem saber que esse gesto era associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Membros de uma facção rival interpretaram o ato como uma declaração de apoio ao PCC, o que gerou a reação violenta que resultou na morte de Everson.
A ordem vinda do presídio
O coordenador das investigações, delegado Antônio de Pádua, afirmou que o crime foi planejado e orquestrado dentro da prisão, com o mandante dando ordens para que o ato fosse cumprido. “O suspeito que está preso na Penitenciária Central foi identificado como o responsável por ordenar a execução de Everson, com base na interpretação equivocada do gesto feito por ele”, explicou Pádua.
Além do mandante, uma mulher e um outro homem foram presos na operação. Um quarto envolvido continua foragido, e as autoridades seguem em busca dele. A polícia destacou que, no mesmo dia do crime, outros três suspeitos foram detidos em flagrante pela Divisão de Homicídios de Sorriso.
O crime e a repercussão
Everson foi encontrado em uma área de mata, a cerca de 420 km de Cuiabá, com as mãos amarradas e marcas de tiros. Outro funcionário da empresa de energia também foi sequestrado no incidente, mas conseguiu escapar e pedir ajuda, o que contribuiu para o avanço das investigações.
O secretário de Segurança Pública do Mato Grosso, Flávio Saraiva, lamentou o episódio e reforçou o compromisso das autoridades na busca por justiça. “É mais um caso em que facções criminosas de dentro dos presídios comandam a violência, e nós estamos trabalhando para combater esse tipo de prática”, afirmou o secretário.
Resposta da polícia
Os suspeitos detidos deverão responder por homicídio qualificado, sequestro e participação em organização criminosa. A Polícia Civil também destacou que o caso reflete a crescente influência de facções dentro e fora das prisões, algo que continua a representar um desafio para as forças de segurança.
A polícia segue com as investigações para localizar o suspeito foragido e aguarda novas evidências que possam esclarecer ainda mais os detalhes do crime.