O comandante da Polícia de Alagoas, coronel Paulo Amorim, afirmou à Gazeta, neste domingo (17), que foi registrado um Boletim de Ocorrência de ameaça contra o ex-cadete flagrado fazendo sexo dentro da academia da corporação. A suposta ameaça teria sido feita ao oficial responsável pelo procedimento que apurou o ato de indisciplina. Além do cadete, a aluna também foi expulsa do Curso de Formação de Oficias (CFO).
De acordo com a polícia, o ex-aluno teria mandado uma mensagem de texto, por meio do WhatsApp, em tom “intimidatório”, para o celular do oficial logo após a publicação do ato que oficializou a expulsão. Diante disso e com apoio do corpo jurídico da Polícia Militar, o oficial foi até a Polícia Civil e formalizou o Boletim de Ocorrência.
A Gazetaweb teve acesso ao Boletim de Ocorrência, que mostra supostas mensagens com as ameaças.
“A bem da disciplina, os cadetes foram expulsos após o procedimento legal e a decisão foi assinada por mim, seguindo o que diz a legislação. Se alguém deve ser ameaçado sou eu, e não quem fez o processo de investigação. A Polícia Militar não vai se intimidar e vai garantir todo o apoio necessário, inclusive o de segurança pessoal, para o nosso oficial que foi ameaçado”, garantiu o comandante da instituição militar.
Para a Polícia Militar, o procedimento foi pautado por uma apuração isenta, imparcial e rigorosa. A corporação sustenta que a apuração cumpriu o que prevê a Constituição Federal, além de garantir o direito a ampla defesa dos acusados. A polícia informou também que o oficial destacado para investigar os atos é um dos melhores e mais preparados da corporação militar de Alagoas.
“O ex-cadete feriu gravemente a hierarquia e a disciplina da corporação e, sendo assim, após o procedimento legal com ampla defesa de todas as partes, o comandante-geral decidiu pela exclusão, porque a nossa corporação, a briosa Polícia Militar, é uma instituição imaculada”, disse Amorim.
Na decisão, consta que os “fatos imputados em desfavor dos acusados são suficientes para licenciá-los, pela disciplina e moralidade da Administração Pública, decidindo, assim, por suas exclusões das fileiras da Polícia Militar de Alagoas, haja vista terem sido autuados em flagrante delito de crime militar”.
“Os fatos afetaram o sentimento do dever, da honra pessoal, do pudor militar e o decoro da classe, ferindo gravemente os pilares centenários, alicerces inquestionáveis da hierarquia e da disciplina desta respeitada, honrada e imaculada Polícia Militar de Alagoas”, finaliza a decisão, que foi publicada no Boletim Geral Ostensivo (BGO), na última quarta-feira.
O CASO
Os dois envolvidos, um homem e uma mulher, foram flagrados praticando o ato na Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, no Trapiche da Barra, no dia 11 de junho deste ano, passando o caso a ser investigado pela corporação.
A GazetaWeb buscou contato com o ex-cadete, mas não obteve sucesso. O espaço está aberto para para a versão do acusado.
Fonte – GazetaWeb