O policial militar da ativa acusado de executar Vinícius Gritzbach, de 38 anos, foi preso nesta quinta-feira (16), durante a Operação Prodotes, conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. Gritzbach foi morto em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em um ataque que envolveu 29 disparos de fuzil feitos na frente de sua namorada e de dezenas de testemunhas.
Além do autor dos disparos, outros 12 investigados foram detidos. A operação tem como alvo policiais ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em endereços na capital e na Grande São Paulo.
A investigação revelou que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach, apesar de seu histórico criminal. As ações são caracterizadas como integração à organização criminosa, conforme a Lei Federal nº 12.850/13. Informações estratégicas vazadas por policiais, incluindo membros da ativa, da reserva e ex-integrantes da PM, permitiram que membros do PCC evitassem prisões e prejuízos financeiros.
A operação foi desencadeada após uma denúncia anônima em março de 2024, apontando o envolvimento de policiais em esquemas de vazamento de informações sigilosas que favoreciam o PCC. Em outubro do mesmo ano, foi instaurado um Inquérito Policial Militar para aprofundar as apurações.
Entre os principais beneficiados pelo esquema estavam líderes do PCC, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola”. Ambos continuam sendo procurados.
Nota Oficial da Polícia Militar
A Polícia Militar afirmou, em nota, que “reitera seu compromisso com a ética e a legalidade, combatendo com rigor qualquer desvio de conduta que comprometa a confiança da sociedade.”
Vinícius Gritzbach havia retornado ao estado de São Paulo após uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu por sete dias acompanhado da namorada e de seguranças particulares, incluindo um policial militar. Ele estava jurado de morte pelo PCC após revelar, em uma delação, como a facção lavava dinheiro e extorquia empresários, além de detalhar extorsões realizadas por policiais civis.
A morte de Gritzbach, considerada uma execução pública, expôs a profundidade das ligações entre membros das forças de segurança e o crime organizado. A força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública busca identificar outros envolvidos e esclarecer as circunstâncias que levaram ao assassinato.
A Operação Prodotes segue em andamento, reforçando o compromisso do estado de São Paulo em combater o crime organizado e a corrupção institucional.