As investigações da Polícia Federal revelaram que, entre janeiro e março deste ano, o CPF do ministro Alexandre de Moraes foi consultado sete vezes no sistema Infoseg por servidores públicos de São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Alagoas. Em Alagoas, um soldado da Polícia Militar foi identificado como um dos responsáveis por acessar os dados pessoais do ministro. O Infoseg é um sistema restrito que integra informações de órgãos de segurança e justiça, permitindo o acesso a dados pessoais, como endereços e processos judiciais.
A decisão do ministro Moraes de suspender a plataforma X no Brasil está relacionada à exposição de dados de delegados da Polícia Federal e do próprio ministro, fruto de uma ação coordenada para vazar essas informações na internet. A rede de acesso ao sistema Infoseg envolveu 25 servidores públicos de diferentes estados. Em alguns casos, acredita-se que os servidores tenham sido vítimas de hackers que utilizaram suas credenciais de acesso.
A auditoria identificou que o acesso irregular a dados sigilosos foi feito por meio de redes VPN, algumas vezes com o uso de robôs para realizar milhares de consultas em pouco tempo. Um juiz de São Paulo, por exemplo, teve seu login usado para realizar mais de 4 mil consultas em um único dia. A investigação também revelou acessos antigos, como o de um policial militar de Goiás, cuja credencial foi usada em mais de 17 mil consultas em 2021.
A investigação começou em março, após perfis nas redes sociais divulgarem um projeto chamado “Exposed”, que tinha como objetivo expor policiais federais e agentes ligados ao ministro. O grupo ofereceu US$ 5 milhões a uma delegada da PF para obter provas contra Moraes. A Polícia Federal identificou os responsáveis pelos acessos irregulares e segue investigando a participação de servidores públicos e o uso de ferramentas como VPNs e robôs para facilitar o vazamento de dados.