A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que prorrogasse por 60 dias as investigações no inquérito que apura suspeitas de irregularidades no Estaleiro Rio Tietê. O motivo é que existem “fortes indícios” do recebimento de propinas pagas ao senador alagoano Renan Calheiros (MDB-AL) através de supostas doações eleitorais.
De acordo com o documento “os elementos de prova até então arrecadados indicam que houve o recebimento de vantagens indevidas pelo Senador da República Renan Calheiros, pelo menos no ano de 2010, pagos por empresas que formavam o consórcio para construção do Estaleiro Rio Tietê, com a intermediação de Bruno Mendes“.
O órgão pede a realização de uma oitiva com Renan e, ainda, diligências com delatores e investigados no caso.
O senador é investigado por suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em esquema na Transpetro –subsidiária de logística e transporte da Petrobras. Segundo denúncia do MPF (Ministério Público Federal), de 2008 a 2010, Renan teria solicitado propina ao então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, na forma de doações eleitorais a aliados políticos. A propina, que teria totalizado R$ 150 mil, foi paga por meio de doação da empresa NM Serviços para o Diretório Estadual do MDB em Tocantins, em setembro de 2010, segundo a procuradoria.
O advogado do senador, Luis Henrique Machado, disse que “mais uma delação irresponsável de Sérgio Machado. Mesmo gravando clandestinamente o senador Renan, ele não obteve qualquer prova, tampouco abordou o assunto sobre o estaleiro do Tietê. Vale lembrar que, ao todo, são 12 processos arquivados em relação ao senador, na sua grande maioria pautadas por delações infundadas e despidas de justa causa“.
Fonte – Extra