Após a retomada das investigações sobre o atentado contra o então candidato à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, em 2018, a Polícia Federal (PF) concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho no ataque com faca. O caso foi reaberto em 2021 sob pressão do então presidente e seus aliados, que pediram a investigação da defesa de Adélio. No relatório apresentado pela PF nesta terça-feira (11), foi reafirmada a conclusão da investigação de 2020, com a novidade de que os advogados de Adélio teriam ligação com o crime organizado, sem conexão com o ataque a Bolsonaro.
A suspeita sobre os advogados começou a ser investigada em março do ano anterior, quando o escritório do advogado de Adélio foi alvo de mandados de busca e apreensão. Agora, esses possíveis delitos serão investigados em um novo inquérito. Durante as diligências, foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos para nova análise, revelando outros possíveis crimes relacionados a um dos advogados de defesa, mas sem qualquer ligação com a tentativa de homicídio de Bolsonaro.
A Polícia Federal manifestou-se pelo arquivamento do inquérito relacionado ao caso de Adélio. Desde 2018, Adélio está internado no presídio federal de Campo Grande. Segundo a PF, a investigação comprovou a vinculação de um dos advogados de Adélio com o crime organizado, especificamente o PCC, mas não encontrou nenhuma conexão desse advogado com o atentado contra Bolsonaro.
Com essas constatações, a PF sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do inquérito referente ao atentado contra Bolsonaro. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declarou que a investigação sobre o atentado foi encerrada e que o relatório foi apresentado, sugerindo o arquivamento, pois não houve vínculo comprovado entre os advogados e a tentativa de homicídio.