Na esteira dos eventos sísmicos que afetaram Maceió desde 2018, a Petrobras considera exercer sua preferência para adquirir a Braskem, responsabilizada pelo afundamento de bairros da capital alagoana. Caso a estatal assuma a petroquímica, também herda processos judiciais e indenizações. A informação é do portal The Intercept.
Fundada em 2002, a Braskem, pertencente à Novonor e busca comprador desde 2021 para quitar R$ 15 bilhões em dívidas, parte do maior processo de recuperação judicial do Brasil. Com a Petrobras detendo 36,15% das ações, sua preferência de compra pode ser crucial.
Em outubro, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, não descartou a aquisição, destacando o interesse em manter posição na Braskem. O caso das indenizações não pagas foi abordado, e Prates ressaltou que a compra é vista como parte do pacote, visando acelerar o processo de ressarcimento às vítimas.
“A gente está encarando isso como parte do pacote Braskem. O incidente terrível, essa questão descomunal do afundamento dos bairros em Maceió, é óbvio que está no radar. Estamos acompanhando as indenizações, parte do que foi feito e parte do que está programado. A questão da venda nesse momento é importante justamente para solucionar esse processo. Porque quem vier com o ímpeto de investir na Braskem, seja um novo sócio ou mesmo nós [Petrobras], mesmo temporariamente, contribuirá para agilizar esse processo”, disse.
Questionado sobre o uso de recursos públicos, Prates negou a necessidade de a Petrobras aportar dinheiro público para assumir as indenizações, assegurando que a produção da estatal na Braskem já é significativa. Destacou ainda o potencial da Braskem no mercado internacional e sugeriu que, se a compra se concretizar, a exploração do sal-gema em Maceió pode não ser retomada, considerando os traumas causados pela situação.
“Nós não vamos ter que necessariamente colocar dinheiro público nesse processo. Já estamos com uma produção importante lá [na Braskem] como Petrobras. Mas é preciso ver especificamente como o negócio Braskem como um todo evolui para que esse passivo lamentável seja estudado como paradigma, mas sobretudo que as pessoas sejam contempladas com aquilo que merecem e precisam receber, além do estado e do município também”, completou.
Fonte – Extra