O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem se tornado cada vez mais popular e discutido no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com o transtorno no país. Porém, pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) alertam para a banalização da condição e falsos diagnósticos positivos para TDAH.
Anaísa Leal Barbosa Abrahão, doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, conta que em uma pesquisa feita por ela, de 43 crianças avaliadas, apenas três se enquadravam nos critérios para TDAH.
A neurologista Alicia Coraspe, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP, detalha algumas das explicações para o número elevado de diagnósticos errados. Para ela, é preciso saber diferenciar comportamentos que são normais na infância de comportamentos característicos do transtorno. “Compreender os sintomas do TDAH e suas variações ao longo das diferentes faixas etárias é fundamental para um diagnóstico preciso e menos estigmatizado”, enfatiza.
O estilo de vida corrido dos adultos e a exposição excessiva às telas também podem contribuir para o problema. “As mudanças no estilo de vida, como o aumento do uso de telas e conteúdos digitais mais curtos, juntamente com a rotina agitada dos pais, que têm menos tempo para os filhos, têm levado mais famílias a consultórios médicos questionando a possibilidade desse diagnóstico”, avalia.
Fonte: Agora Alagoas