
A Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Alagoas realizou, nesta terça-feira (11), uma audiência pública para discutir a construção de cinco megatorres na região da Lagoa da Anta, no bairro da Jatiúca, e os possíveis impactos ambientais e urbanísticos do projeto.
O presidente da comissão, deputado Delegado Leonam (União Brasil), destacou a importância de ouvir todas as partes envolvidas, incluindo a comunidade, especialistas e o setor imobiliário. Ele ressaltou que a urbanização deve ocorrer de forma responsável, respeitando a preservação da natureza.
“A Lagoa da Anta é o último resquício de bacia d’água em zona urbana de Maceió, e temos o dever constitucional de preservá-la”, afirmou o parlamentar.
O diretor da Record Construtora, responsável pelo projeto, Hélio Abreu, afirmou que a empresa está negociando a compra do Hotel Jatiúca e que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento. Ele garantiu que a população será ouvida e que a proposta poderá ser ajustada para atender às necessidades da cidade.
“Queremos um projeto que não só preserve a lagoa, mas que amplie sua área de proteção e tenha viabilidade econômica”, disse Abreu.
O Ministério Público Estadual (MPAL) e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) reforçaram que acompanharão de perto a viabilidade do projeto. O promotor Paulo Henrique Prado afirmou que o MP exigirá estudos sobre os impactos ambientais e urbanos, assim como fez recentemente em outros empreendimentos no litoral alagoano.
Já o diretor-executivo do IMA, Ivens Leão, destacou que o órgão ainda não recebeu o pedido formal de licenciamento, mas que qualquer construção na área exigirá um estudo de impacto ambiental detalhado.
O advogado e ambientalista Alder Flores defendeu que o projeto seja apresentado com total transparência para que os órgãos ambientais e a população possam avaliar os impactos antes da aprovação.
“Precisamos ter conhecimento sobre o que será construído para garantir que o meio ambiente e o desenvolvimento urbano caminhem juntos”, alertou.
A audiência contou com a presença de parlamentares, representantes da prefeitura, urbanistas, ambientalistas e moradores da região, que reforçaram a necessidade de um debate aprofundado sobre a preservação da Lagoa da Anta e o impacto dos novos empreendimentos em Maceió.