O pequeno agricultor familiar de Alagoas vive a expectativa da retomada do Programa do Leite, suspenso desde junho por falta de recursos federais. O repasse financeiro do convênio efetuado com o Ministério da Cidadania pode ser reativado, desde que o governo do estado, através da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), pague a contrapartida prevista na parceria.
O pagamento aos agricultores está atrasado há seis meses e a dívida chega a R$ 14 milhões, segundo informação do presidente da Cooperativa dos Produtores de Leite de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro.
Através de cooperativas, os produtores distribuem o leite para cerca de 80 mil famílias em situação de vulnerabilidade no estado. A suspensão do programa tirou da mesa dessas pessoas um dos mais importantes e nutritivos alimentos de que dispunham.
O Programa foi criado em 2002 e absorvia cerca de 20% da produção. A interrupção da atividade agravou a crise financeira para mais de 3 mil pequenos agricultores, que além de perder a renda estão com problema para escoar o produto. Parte da produção está sendo enviada ao mercado de estados vizinhos como Pernambuco e Sergipe ou para pequenas fábricas de queijo.
No mês passado, a Seagri garantiu a renovação do convênio com o ministério e um aporte de recursos de R$ 19,5 milhões para manter o programa funcionando regularmente até março de 2021, mas uma das exigências para liberação da verba é que o governo do Estado pague o valor devido aos produtores, além do comprometimento da contrapartida de 20% da renovação do convênio.
O repasse da verba federal ao Programa deveria ser feito até o dia 15 deste mês. A esperança da categoria é que isso venha a ocorrer em agosto. Cada produtor distribuía pelo programa uma média de 17 a 20 litros diários de leite. O valor do litro, segundo Aldemar, era de R$ 1,28.
Fonte - Extra