Parlamentares federais se queixam da pauta de costumes da Câmara e reclamam da falta de protagonismo em relatorias de projetos e comissões.
Esse grupo, das chamadas “bancadas do boi, da bala e da Bíblia”, se queixa que não em sido ouvido para as decisões tomadas pela presidência da casa.
É o que revela Roseann Kennedy, no “Estadão”:
“Deputados das bancadas BBB (Boi, Bala e Bíblia) têm reclamado da falta de espaço em comissões e relatorias de projetos. Queixam-se, ainda, de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não ouve o chamado baixo clero para tomar decisões, consultando apenas uma ‘confraria’ de líderes.
A insatisfação tem aparecido em votações no plenário. No último dia 19, por exemplo, a aprovação de um destaque apresentado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) causou surpresa.
Apesar dos protestos do Centrão e de líderes do governo, o texto que recebeu sinal verde do Congresso impede o Executivo de usar recursos públicos para financiar políticas interpretadas como sendo de incentivo ao aborto, invasão de propriedade e mudança de sexo em menores.
Até agora, os pré-candidatos conhecidos para ocupar a cadeira de Lira são Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA). Nas fileiras do MDB, o nome citado é o de Isnaldo Bulhões (AL), mas o partido ainda não definiu se terá concorrente nessa corrida.
O deputado Eunício Oliveira (MDB-CE), ex-presidente do Senado, pode entrar no jogo. ‘Se o Isnaldo for candidato, eu o apoio. Mas, se não for, vamos observar o cenário’, disse Eunício, enigmático.
Diante da revolta dos deputados que contam com menos holofotes também pode surgir um Severino Cavalcanti. Conhecido como ‘rei do baixo clero’, Severino impôs a maior derrota política ao governo Lula, em 2005, quando venceu Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), aproveitando-se de um racha na aliança petista. ‘Fiquei com gosto de cabo de guarda chuva na boca’, afirmou Greenhalgh, à época.
Severino, porém, ficou apenas sete meses no comando da Câmara. Acusado de receber um ‘mensalinho’ de R$ 10 mil por mês para que o restaurante da Casa funcionasse, ele renunciou ao mandato de deputado e deixou a presidência.”
Fonte – Blog do Flávio Gomes de Barros