Na linguagem da turma do meio, doida por um bate-boca ou briga de rua, o Rodrigo Cunha “partiu para cima” de Renan Calheiros, na questão da CPI da Braskem. E o emedebista odeia seu colega, não esconde de ninguém.
Ele tem toda razão quando trata da relação do senador emedebista com a Braskem, lembrando que ele foi até presidente da Salgema – como postamos aqui neste espaço.
Tem mais: por mais que o ministro Toffoli tenha passado o apagador na delação da Odebrecht, os fatos foram fartos para que a gente ignore. É a velha e boa distância entre legalidade e imoralidade.
No resumo: não seria o político mais indicado para essa missão de emparedar a Braskem, o que, para ele, não faz a mínima diferença: o ex-amigo, lembremos, é pior do que o inimigo de sempre.
Mas tem o outro lado da história: a falta de razão de Cunha se dá por dois motivos: ele foi o primeiro político local, lá em Brasília, a tratar do tema Braskem (quando o próprio Calheiros silenciava), mas depois abandonou esse bom combate, numa postura em nada altiva (que é dos moradores dos Flexais?).
Talvez por causa da posição assumida pelo seu aliado JHC.
Omissão também é um erro grave – a de Calheiros, antes; a de Cunha, depois.
Não há razões nobres que possam justificar o comportamento dos dois senadores: as diferenças entre ambos, ao fim e ao cabo, não deixam de aproximá-los nos resultados para a população.
Quanto à turma do “pega, mata e come”, boa sorte: vem chumbo grosso por aí, sem a que a população ganhe um real com isso.