A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), por meio do Núcleo de Proteção Coletiva, divulgou nesta terça-feira (11) uma Nota Técnica elaborada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que revela um mapa inédito sobre a área afetada pelas atividades da Braskem, com uma extensão ainda mais abrangente do que o estimado anteriormente.
Embora a Nota Técnica tenha sido publicada em abril de 2022, ela só foi trazida ao conhecimento da DPE neste mês de março. A Defensoria havia deixado a força-tarefa em 2021, mas, com a nova descoberta, o defensor público Ricardo Melro enfatiza a necessidade urgente de esclarecimentos com a CPRM e a Defesa Civil sobre o atual cenário e de providências imediatas para proteger a população.
O documento indica que a área de risco é maior do que se pensava, com evidências de subsidência (afundamento do solo) em áreas como Flexal de Cima, Flexal de Baixo, Bom Parto e Marquês de Abrantes – regiões que, até então, estavam fora da área oficial de risco. Além disso, a análise sugere que a delimitação da área de risco divulgada anteriormente pode estar incorreta, apontando movimentos do solo até além da Avenida Fernandes Lima.
A Nota Técnica também critica o monitoramento realizado, destacando que qualquer subsidência no solo pode causar danos estruturais, como rachaduras em imóveis. Embora o método utilizado para as medições, a interferometria, tenha limitações, o documento alerta que movimentos de solo menores que 5 mm/ano podem estar sendo negligenciados, o que aumenta o risco de danos a imóveis e a continuidade da exposição da população a riscos.
Ricardo Melro, defensor público, afirmou que serão recomendadas ações imediatas para a CPRM e a Defesa Civil, como a implementação de tecnologias mais avançadas de monitoramento, como o Laser Scanner e a topografia detalhada, além da revisão da delimitação da área de risco. O objetivo é garantir uma nova análise do Flexal de Cima e Flexal de Baixo e, assim, proteger os cidadãos alagoanos que continuam expostos a riscos.
Além disso, o defensor destacou que a situação ainda carece de estudos detalhados sobre os impactos sociais, econômicos e psicológicos, que seguem sem mitigação adequada. A população permanece sem informações claras e sem medidas precisas para evitar novos danos.