Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, recusou a possibilidade de o presidente Lula se desculpar perante o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por suas declarações que comparavam a ofensiva militar de Israel em Gaza ao Holocausto.
Em uma entrevista à Folha, Amorim expressou pessimismo quanto às perspectivas de diálogo com o governo israelense durante o conflito com o Hamas, que ambos, Lula e Amorim, rotulam como “genocídio”. Amorim considera praticamente impossível um diálogo com Netanyahu, enfatizando a postura do governo israelense em não reconhecer a existência da Palestina, seja em Gaza ou na Cisjordânia. Ele destaca a dificuldade de diferenciar as ações israelenses de genocídio, referindo-se a declarações que sugerem a ausência de inocentes na região.
Quanto à pressão para que Lula se desculpe, Amorim acredita que isso persistirá, mas questiona se Netanyahu está buscando isso por razões internas ou outras. Ele sugere que, caso Netanyahu esteja esperando um pedido de desculpas, não o receberá.
Em sua visita ao memorial do Holocausto, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, declarou que Lula não é bem-vindo em Israel, considerando as declarações como um ataque antissemita grave e o designando como “persona non grata” até que retire tais comentários.