Em uma publicação divulgada nas redes sociais, o deputado Fabio Costa polemizou ao expôr sua opinião, nessa semana, ao criticar a atuação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), comandada pelo delegado e secretário Flávio Saraiva, em relação a apreensão de um fuzil com integrantes de uma facção criminosa.
No post, o deputado acusou a SSP de divulgar informações falsas sobre a origem do armamento. De acordo com Costa, o fuzil não veio do Rio de Janeiro, como afirmou o órgão, mas sim, é pertencente a um atirador de Maceió.
“Recebi informações de que o fuzil apreendido pertence a um atirador de Alagoas, que alega que essas armas foram extraviadas de sua casa. Portanto, essa arma nunca veio do Rio de Janeiro, como a SSP pontuou de maneira clara. Isso já foi comprovado, inclusive, com a operação que está sendo deflagrada hoje [ontem, 18] pela Polícia Civil, junto ao Exército brasileiro na casa do atirador”, disse.
“Se essa informação for confirmada, estaremos diante de um verdadeiro escândalo na Segurança Pública de Alagoas. Se esse fuzil pertencer realmente a um atirador alagoano, eu só posso concluir que essa história foi inventada para enganar a população com a falsa demonstração de que um grande trabalho de inteligência teria desarticulado uma ação do crime organizado”, continuou o deputado federal.
Em defesa, a SSP responde às alegações do deputado e entende como ofensivas à honra dos profissionais de segurança envolvidos na operação. A secretaria lançou uma nota, assinada pelo secretário Flávio Saraiva, onde rebate as acusações de Costa: “As declarações de Fabio Costa são ofensivas a honra de todos os profissionais de segurança pública que estiveram envolvidos na exitosa ação de combate ao crime organizado. O descrédito às instituições de segurança, propagado por vossa excelência [Fábio Costa], a partir de avaliações pessoais equivocadas, causa sensação de insegurança e prejudica o trabalho dos policiais que diariamente combatem as organizações criminosas”.
A SSP reiterou que a apreensão do fuzil estava em posse da facção criminosa Comando Vermelho, cujo líder em Alagoas é o foragido “Nem Catenga”. Segundo a SSP, o armamento seria utilizado pelo grupo na região da Brejal e adjacências, em Maceió.
Ainda sobre a origem do fuzil, a SSP esclareceu: “A informação de que o fuzil apreendido pertence a um atirador alagoano não descaracteriza a verdade dos fatos de que o fuzil fora adquirido pelo traficante ‘Nem Catenga’ para utilização de facção criminosa atuante em Maceió. Alguns detalhes importantes para o desencadeamento da ação policial permanecem sob sigilo, conforme estabelecido pela Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública”, continua a nota.
A SSP também mencionou que o boletim de ocorrência sobre o suposto furto das armas foi registrado apenas em 11 de julho de 2024, após a divulgação do deputado nas redes sociais: “Acerca da informação de que o fuzil apreendido teria sido extraviado de atirador de Maceió, é importante esclarecer que este dado está sendo investigado e que tal informação somente chegou oficialmente à polícia judiciária no dia 11/07/2024”.
“De todo modo, garantimos a vossa excelência [deputado Fábio Costa] o comprometimento desta secretaria e seus órgãos vinculados no sentido de esclarecer a origem do fuzil apreendido, bem como as condições em que este e outras prováveis armas foram supostamente furtadas em Alagoas”, finaliza a nota.
Fabio Costa, por sua vez, afirmou nas redes sociais que “quatro fuzis foram extraviados do referido atirador, além de outras três armas, totalizando sete, que foram extraviadas”. A Secretaria de Estado de Segurança Pública garantiu que todos os detalhes deste caso estão sendo criteriosamente apurados.