Uma dona de casa teve cerca de 60% da pele da descolada após desenvolver uma síndrome rara, chamada de necrólise epidérmica tóxica, decorrente de uma reação alérgica à substância sulfadiazina de prata, presente em um medicamento prescrito para tratar um caso de toxoplasmose gestacional. Rafaella Waleska Alves, de 36 anos, recebeu alta do Hospital da Mulher (HM), em Maceió, nesta sexta-feira, 23, após três meses internada.
Necrólise epidérmica tóxica é uma erupção mucocutânea aguda grave, geralmente induzida por medicamentos, associada a alta taxa de morbidade e mortalidade. Os sintomas típicos incluem descamação da pele, febre, dores pelo corpo, uma erupção vermelha plana e bolhas e feridas nas membranas mucosas. Os cuidados com as lesões mucosas e cutâneas e a abordagem multidisciplinar são muito importantes para o prognóstico e sequelas futuras.
“Boca, olhos e outras regiões bem complexas do corpo dela foram afetadas. Precisamos entubá-la e fazer uma traqueostomia durante o tempo que ela ficou na UTI [Unidade de Tratamento Intensiva]. Felizmente, ela é muito forte e conseguiu responder bem ao tratamento. Depois a transferimos para a enfermaria”, explicou a médica clínica do Hospital da Mulher, Jéssica Cavalcante.
Na enfermaria, a equipe buscou tratar melhor as lesões sofridas pelo corpo da paciente e iniciar o processo de reabilitação. “Como a Rafaella passou muito tempo entubada, ficou com uma grande fragilidade motora, com dificuldade para falar e comer sozinha. Nas últimas semanas, ela apresentou uma ótima evolução e conseguimos a tão aguardada alta”, comemorou a médica.
Rafaella mora em Arapiraca e vai continuar sendo acompanhada pela equipe do Serviço Social do Hospital da Mulher para que continue tendo acesso a fisioterapia, terapia ocupacional e o suporte necessário para essa nova etapa do processo de recuperação. A paciente também vai ser acompanhada pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD).
Fonte – Extra