A mina de número 18 da mineradora Braskem está em risco de colapso. A capital Maceió, em Alagoas, esta em alerta máxima para o caso de formação de um “sinkhole” (escorregamento de terra que cria enormes crateras) no local, que fica próximo ao antigo CT do CSA, no bairro do Mutange, que segundo as autoridades, já foi evacuado. O EXTRA foi até a região afetada e mostra abaixo imagens das rachaduras que se formaram no local.
A mina nº 18 de sal-gema da Braskem está apresentando afundamento de aproximadamente 50 cm por dia, com uma aceleração notável nas últimas 24 horas. Segundo a Defesa Civil Estadual, a mina, que está prestes a entrar em colapso, afundou mais de 1 metro nas últimas 48 horas.
Embora o colapso ainda não tenha ocorrido conforme previsto, a mina continua sua movimentação rápida, sendo apenas uma questão de tempo. Dados da Defesa Civil Municipal às 6h32 revelaram que o raio de influência da mina atingiu 32 metros no subsolo durante as primeiras horas da manhã de hoje, 1º. Com um volume de 500 mil m³ e profundidade de cerca de 50 metros, a mina está em um estado crítico.
Desde a noite anterior, as autoridades estão em alerta. Um possível abalo sísmico de escala baixa poderá ser perceptível em vários bairros, mas com consequências limitadas à área já isolada nos bairros do Bom Parto, Bebedouro e Mutange, além da navegação na lagoa Mundaú.
Com 60% da mina submersa na lagoa Mundaú, surgiram preocupações sobre um pequeno tsunami, fato considerado como inexistente pelas autoridades.
Como acontece o afundamento do solo em Maceió
O método de exploração da Braskem consiste em poços que injetam água para gerar salmoura na camada de sal.
Após a extração, as minas são preenchidas com material líquido para estabilizar o solo. No entanto, vazamentos ao longo dos 40 anos de exploração causaram instabilidade, resultando em cavidades como a da mina 18. Das 35 minas na área urbana, todas estão passando por reabilitação.
Esse processo levou ao afundamento do solo em cinco bairros, deslocando quase 60 mil pessoas nos últimos cinco anos. Por determinação judicial, a área de risco foi ampliada, incluindo 1.700 lotes que agora exigem evacuação, cada lote abrigando pelo menos uma residência.
Fonte: O Jornal Extra