Nesta quinta-feira (1º), o presidente da Argentina, Javier Milei, expressou sua gratidão ao governo brasileiro por assumir a embaixada argentina em Caracas. Além de cuidar das instalações, documentos e prestar serviços consulares aos cidadãos dos dois países, os funcionários brasileiros também garantirão a proteção de seis venezuelanos asilados. Estes fazem parte da equipe da líder opositora María Corina Machado e estão na representação diplomática argentina desde que Nicolás Maduro ameaçou prendê-los durante a campanha presidencial contestada.
O regime de Maduro expulsou os diplomatas de países que não reconheceram sua vitória nas eleições do último domingo (28), incluindo Argentina e Peru. Os governos desses países solicitaram ao Brasil que representasse seus interesses em Caracas. Com isso, os diplomatas argentinos e peruanos começaram a deixar a Venezuela nesta quinta-feira, e a bandeira brasileira deve ser hasteada nas embaixadas dos dois países no mesmo dia.
“Agradeço muito a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela. Também apreciamos a representação momentânea dos interesses da República da Argentina e de seus cidadãos lá. Hoje, o pessoal diplomático argentino teve que deixar a Venezuela em retaliação ao ditador Maduro pela condenação que fizemos da fraude perpetrada no domingo passado”, escreveu Javier Milei na rede social X (antigo Twitter).
Embora seja adversário de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tenha prometido cortar relações com países governados por esquerdistas, Milei reconheceu a importância dos laços entre Brasil e Argentina. “Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos. A Venezuela respeitará, portanto, as disposições da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares”, completou o presidente argentino em seu post.