A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta segunda-feira (3) que chegou a um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender, por um mês, as tarifas anunciadas pelo governo norte-americano.
Em publicação na rede social X, Sheinbaum afirmou que a conversa com Trump ocorreu “com grande respeito” e resultou nos seguintes compromissos:
- O México reforçará imediatamente sua fronteira norte com 10 mil membros da Guarda Nacional para conter o tráfico de drogas para os EUA, com foco no fentanil.
- Os Estados Unidos se comprometeram a impedir o tráfico de armas de alta potência para o México.
- Serão criadas duas mesas de trabalho entre os países: uma para tratar de segurança e outra para comércio.
- As tarifas comerciais entre os dois países ficarão suspensas por 30 dias.
A presidente mexicana destacou que o acordo visa manter a competitividade do México e dos Estados Unidos no cenário global. “Teremos um mês para trabalhar e mostrar que esse é o melhor caminho”, disse Sheinbaum.
Trump confirma suspensão temporária
O presidente Donald Trump também comentou o acordo em sua plataforma Truth Social, classificando a conversa com Sheinbaum como “muito amigável”. Ele enfatizou que os soldados mexicanos enviados à fronteira terão a missão específica de conter o fluxo de migrantes e de fentanil para os EUA.
Trump confirmou a suspensão temporária das tarifas e anunciou que as negociações serão conduzidas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário do Comércio, Howard Lutnick.
“Estou ansioso para participar dessas negociações com a presidente Sheinbaum enquanto tentamos alcançar um acordo entre nossos dois países”, escreveu Trump.
Canadá adota postura diferente e anuncia retaliação
Enquanto México e EUA firmam um acordo temporário, o Canadá seguiu um caminho oposto. O primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou, no sábado (1º), tarifas retaliatórias de 25% sobre produtos norte-americanos, em resposta às medidas tarifárias de Trump.
Trudeau criticou a decisão dos EUA e incentivou os canadenses a priorizarem produtos e turismo dentro do próprio país. Os itens taxados incluem bebidas alcoólicas, frutas, sucos, roupas e eletrodomésticos.
“O Canadá não aceitará essas tarifas passivamente. Vamos proteger nossos interesses e nossa economia”, declarou Trudeau.
Tarifas de Trump e impacto global
Na última sexta-feira (31), a Casa Branca confirmou a implementação de tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de uma taxa de 10% para a China. Trump justificou as medidas como uma estratégia para corrigir déficits comerciais e reforçar o controle sobre imigração e tráfico de drogas.
A decisão gerou incertezas no mercado financeiro. Com a possibilidade de uma guerra comercial, o dólar ganhou força globalmente, e os investidores passaram a temer impactos nos preços e nas taxas de juros.
Caso a escalada tarifária continue, o Brasil pode ser afetado diretamente, tanto pela valorização do dólar quanto pelo aumento da oferta de produtos chineses no mercado internacional. Isso poderia pressionar a indústria brasileira, além de influenciar a política monetária do Banco Central, dificultando a redução da Selic.
