Mesmo estando nos Estados Unidos desde fevereiro e com afastamento oficializado da Câmara dos Deputados no fim de março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu R$ 4.253 de auxílio-moradia no mês passado. O valor foi pago com recursos públicos pela Câmara, apesar de o parlamentar não estar exercendo atividades no país.
Licenciado do seu mandato, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro segue tendo acesso ao benefício, que deveria cobrir despesas de moradia em Brasília para quem não ocupa apartamento funcional da Casa. Até o momento, em 2025, Eduardo já acumulou R$ 12.759 desse auxílio.
A Câmara prevê o pagamento do auxílio a parlamentares que não utilizam um dos 447 imóveis funcionais disponíveis. A verba pode ser paga diretamente no contracheque ou por meio de reembolso. Se os custos com moradia superarem o valor do auxílio, o deputado ainda pode usar parte da cota parlamentar para complementar até R$ 4.148,80.
O pagamento de benefícios como esse, mesmo em situações de afastamento e residência no exterior, levanta questionamentos sobre os critérios de uso e fiscalização dos recursos públicos no Legislativo.
Além do auxílio, Eduardo Bolsonaro também recebeu o salário integral referente a março — R$ 46.366,19 — mesmo tendo registrado quatro ausências não justificadas antes da oficialização de sua licença, no dia 22.