Analistas do mercado financeiro revisaram para cima as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, de 4,71% para 4,84%. O novo valor ultrapassa o teto da meta inflacionária do próximo ano, fixada em 4,50% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9/12) no relatório Focus, do Banco Central (BC).
O IPCA, considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 4,76% nos 12 meses até outubro, também acima do limite da meta. Em novembro, a inflação foi pressionada por itens como energia elétrica residencial, que subiu 4,74%, e carnes, com aumento de 5,81%. Os números consolidados de novembro devem ser divulgados nesta terça-feira (10/12).
A meta de inflação para 2024 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, variando entre 1,5% e 4,5%. A perspectiva de descumprimento dessa meta reforça preocupações sobre a necessidade de políticas mais restritivas para controlar os preços.
Previsões para os anos seguintes também são revisadas
O relatório Focus também apontou aumento nas estimativas de inflação para 2025, 2026 e 2027. Para 2025, a projeção subiu de 4,40% para 4,59%, o que também ultrapassa o teto da meta de 4,50%. Já para 2026, a previsão foi ajustada de 3,81% para 4%, e para 2027, de 3,50% para 3,58%.
O cenário inflacionário em elevação exige atenção das autoridades monetárias. “A persistência de pressões inflacionárias pode demandar ajustes na política de juros para trazer as expectativas para dentro da meta”, avaliam economistas.
Com a inflação projetada acima da meta em um horizonte de médio prazo, cresce o debate sobre os desafios da política econômica e a eficácia das medidas adotadas para garantir a estabilidade dos preços.