Mais um óbito por meningite foi registrado em Alagoas. A vítima, uma menina de 5 anos, faleceu no fim de semana em uma unidade de saúde em Satuba, na Região Metropolitana de Maceió, onde residia. O caso foi divulgado nesta terça-feira (20). O tipo da doença está sendo investigado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A morte da menor foi confirmada à GazetaWeb pelo presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, Dr. Marcos Gonçalves, que chamou a atenção para o aumento no número de casos e também nas mortes pela doença.
Sobre a morte da menina de 5 anos, Marcos informou que foi solicitada a transferência da vítima para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, mas ela já estava em estado grave. “Tentaram estabilizá-la na própria Unidade Básica de Saúde, mas não tiveram sucesso. Ela evoluiu para óbito na unidade mesmo”, explicou.
“A menor apresentou febre, rebaixamento do nível de consciência, sonolência, manchas no corpo e dificuldade para respirar”, acrescentou.
Nesta quarta-feira (21), acontece em Maceió a audiência pública que discutirá o aumento de casos e a atual política pública de enfrentamento da meningite em Alagoas, especialmente na capital, incluindo a liberação da vacina contra a meningite tipo B. O encontro será realizado pelo Ministério Público Federal (MPF), às 14h, no auditório da Procuradoria da República no Estado de Alagoas, no Barro Duro.
A Sociedade Alagoana de Pediatria tem observado e está em alerta sobre o aumento do número de casos de doença meningocócica, especialmente as meningites causadas por meningococo, com um aumento significativo do tipo B desde 2023 em Maceió. No ano passado, tentamos junto ao Ministério da Saúde a administração em massa da vacina contra meningite tipo B na capital, mas não obtivemos sucesso. Com a continuidade do aumento dos casos, podemos tratar a situação como uma endemia”
Marcos Gonçalves, presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria
Marcos ainda esclareceu que um surto ocorre quando há um aumento repentino e inesperado de casos de uma doença em uma determinada localidade e período, ultrapassando os níveis normais esperados. Já uma endemia se caracteriza por uma persistência contínua de casos acima do esperado em uma região específica, após um surto inicial.
Ele também afirmou que é crucial intensificar os esforços de vacinação para controlar essa endemia, o que será discutido na audiência desta quarta-feira.
Participarão do encontro o Ministério da Saúde, as secretarias municipal e estadual de Saúde, os conselhos regionais de Medicina e Enfermagem, as sociedades alagoanas de Infectologia e de Pediatria, os conselhos de saúde municipal de Maceió e estadual de Pernambuco, além de pessoas interessadas.
Para entender o cenário atual e propor soluções para enfrentar a doença, a audiência pública discutirá dados, subsídios e obterá informações junto à comunidade científica e aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a meningite.
A maior preocupação são os casos causados pela bactéria do sorotipo B, que tem apresentado uma alta taxa de letalidade, especialmente em menores de dois anos, e para a qual há vacina disponível apenas na rede privada de saúde.
Para subsidiar as discussões, o MPF solicitou às secretarias estadual e municipal de Saúde de Maceió que apresentem informações e documentos sobre o tratamento dos casos suspeitos de doença meningocócica nas unidades de pronto atendimento.
VACINA
O imunizante contra a meningite tipo B, que protege contra a meningite bacteriana causada pelo meningococo B, não está disponível na rede pública. Essa vacina pode ser encontrada nas clínicas privadas por R$ 630 a R$ 800 por dose.
Fonte – GazetaWeb