O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente na tarde desta sexta-feira (22) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido a acusações de obstrução à Justiça e descumprimento de medidas cautelares. Ao ser detido, desmaiou, requerendo assistência dos brigadistas do tribunal. Recuperado, deixou o prédio acompanhado de seu advogado, Cezar Bitencourt. Esta é a segunda vez em dez meses que o militar é preso, após uma audiência no STF relacionada à sua delação premiada com a Polícia Federal (PF), cuja validade ainda está sob análise devido a áudios divulgados pela revista Veja.
Durante a audiência, que durou cerca de 30 minutos, Mauro Cid foi convocado a prestar esclarecimentos sobre os termos de sua delação, após a divulgação dos áudios em que criticava a PF e o ministro do Supremo. Ele alegou ter sido pressionado a confirmar episódios inexistentes ou desconhecidos por ele. Após o interrogatório, foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) da PF, em Brasília, para exame de corpo de delito, procedimento padrão para detidos antes de serem encarcerados.
O tenente-coronel será mantido preso no Batalhão do Exército, local onde já esteve detido anteriormente, em conexão com uma operação que investiga a inserção de informações falsas de doses de vacina contra a Covid-19 em cartões de vacinação de familiares de Bolsonaro, incluindo ele próprio e sua filha Laura, além de dois seguranças. Ele foi indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, juntamente com outras 16 pessoas, incluindo Bolsonaro.
Além das acusações relacionadas aos documentos falsificados do ex-presidente, Mauro Cid também é acusado de fraudar comprovantes de imunização contra a Covid-19 para sua esposa e filhas. Ele confessou os crimes em sua delação premiada, embora os advogados tenham tentado minimizar os áudios divulgados, classificando-os como “desabafos” que não afetariam a integridade de sua colaboração com a PF, apoiada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo STF.