Um incêndio no bairro da Pajuçara, em Maceió, transformou a madrugada desta quinta-feira (15) em um verdadeiro pesadelo para os hóspedes de um hotel. O fogo, que começou por volta das 3h, mobilizou o Corpo de Bombeiros e deixou dezenas de pessoas em pânico, incluindo uma família de Bauru (SP) e um vereador de Minas Gerais, que relataram momentos de desespero.
Aniele Batista, uma das hóspedes, estava em Maceió com o marido e outros seis familiares. Ela contou que foi acordada pelo cheiro forte de fumaça e, ao abrir a porta do quarto, encontrou as chamas avançando. “Tinha muito, muito fogo. Trancamos a porta, ligamos a água e improvisamos com lençóis molhados para tentar bloquear a fumaça. Era desesperador”, relatou.
O marido de Aniele sofreu um corte profundo na mão ao quebrar janelas para permitir a saída da fumaça. Ele foi levado ao hospital para receber pontos. Segundo Wagner Aparecido, outro membro da família, o caos no momento da evacuação era total. “Não enxergava nada, estava tudo escuro. Você tinha que ir se batendo para achar uma saída”, afirmou.
Entre os hóspedes, o vereador Wagner Bob, de Aimorés (MG), destacou falhas graves no sistema de segurança do hotel. Ele relatou que o alarme de incêndio demorou mais de 20 minutos para disparar e criticou o funcionamento dos elevadores, que estavam desregulados.
“Já tinham me dito que o ar-condicionado do sexto andar estava com defeito. Hoje, o problema foi justamente no ar-condicionado que eles não consertaram. Isso foi negligência”, denunciou o vereador, que estava hospedado no 10º andar e viveu momentos de aflição ao tentar proteger sua noiva.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e controlaram o incêndio. Segundo informações preliminares, o fogo teria começado em um ar-condicionado no sexto andar. Hóspedes foram retirados do local e levados para áreas seguras.
Os relatos de negligência e falhas no sistema de segurança do hotel devem ser investigados pelas autoridades. Enquanto isso, hóspedes afetados aguardam orientações sobre a continuidade de suas estadias ou o reembolso de diárias.
Trauma e Incerteza
A experiência deixou marcas profundas nos hóspedes. “Foi terrível. Eu disse ao meu esposo: ‘A gente vai morrer’”, desabafou Aniele Batista. Sua família, que pretendia ficar até o sábado, já pensa em retornar para casa antes do planejado.
O caso expõe não apenas os riscos de incêndios em grandes edificações, mas também a necessidade de manutenção preventiva e sistemas eficazes de evacuação para garantir a segurança dos visitantes.